quarta-feira, 29 de maio de 2024

Tampouco ou Tão pouco?

 Tampouco ou Tão Pouco: qual o correto?

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A palavra tampouco e a expressão tão pouco existem na Língua Portuguesa e estão corretas. Porém, seus significados são diferentes e devem ser usadas em situações idem. Veja:

Tampouco = advérbio.

Tão pouco = expressão formada por dois advérbios de intensidade. 

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I – Tampouco: sinônimo de também não e é usado para reforçar uma negação feita anteriormente. É sinônimo de também não, nem, sequer e muito menos.

Ex.:

Se eu não consigo resolver este problema, você tampouco!

Não quero me chatear com sua irmã, tampouco com você.

Meu filho é muito saudável, não bebe tampouco fuma.

Obs.: Nem tampouco é uma expressão redundante e deve ser evitada.

 

II – Tão pouco: sinônimo de muito pouco: a expressão tão pouco significa muito pouco. Pode ser usada para enfatizar a intensidade de algo ou para indicar o grau comparativo de igualdade do adjetivo. É uma expressão formada pelo advérbio de intensidade tão e pelo advérbio de intensidade.

Ex.:

Às vezes, para ajudar os outros é preciso tão pouco!

Você estudou tão pouco. Continue a estudar.

Aquele homem tem tão pouco dinheiro como eu.

Obs.: Em Portugal, não se usa o advérbio tampouco, mas sim o advérbio tão-pouco.

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Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Haver x A ver

 Você sabe como utilizar o verbo haver?

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O verbo “haver” pode ser usado como sinônimo de “existir” ou “acontecer”:

Ex. Há muitas cadeiras excedentes naquela sala de aula. 

      Não houve problemas na aplicação da prova.

E nesses casos é sempre usado no singular, porque o verbo HAVER, no sentido de EXISTIR nunca é flexionado.

Ele também é auxiliar na construção do pretérito mais-que-perfeito:

Ex. Quando chegou em casa, seus pais já haviam ido dormir.

Frequentemente é substituído nesse caso pelo verbo “ter” em contextos informais e, nesse caso, ele concorda – é flexionado – com o sujeito. 

 HAVER ou A VER | Site Português sem Mistério

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Já a expressão “ter a ver” é frequentemente usada para demonstrar se algo tem ou não certo grau de relação com o que estava sendo previamente tratado. Veja:

Ex. Ele mencionou dados que não tinham nada a ver com a pesquisa sendo tratada.

Há ainda a possibilidade de ser a preposição “a” com o verbo “ver”:

Ex. Eles me ajudaram a ver como poderia melhorar meu desempenho.

O “haver” é bastante usado, incorretamente, no lugar de “a ver”, por isso é importante entender o significado de cada um para evitar o erro.

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Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa

sábado, 4 de maio de 2024

A Coerência Textual

 A coerência textual é um elemento essencial para a redação.

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Coerência é a ligação em conjunto dos elementos formativos de um texto. É o instrumento que o autor vai usar para conseguir dar um sentido completo a ele.

Em uma redação, para que a coerência ocorra, as ideias devem se completar. Uma deve ser a continuação da outra. Caso não ocorra uma concatenação de ideias entre as frases, elas acabarão por se contradizerem ou por quebrarem uma linha de raciocínio. Quando isso acontece, dizemos que houve um quebra de coerência textual.

A incoerência de um texto pode ser observada por um falante da língua, mas não é tão fácil identificá-la quando estamos escrevendo. Pode-se dizer que um texto é incoerente quando o entendimento dele é comprometido. Na maioria das vezes, esta pessoa está certa ao fazer esta afirmação, mas não podemos achar que as dificuldades de organização das ideias se resumem à coerência ou à coesão. É certo que elas facilitam bastante esse processo, mas não são suficientes para resolver todos os problemas.

 Coerência - FEC 

Dicas Úteis 

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1) Manter a ordem cronológica: não se deve relatar antes o que ocorre depois, a não ser que se pretenda criar um clima de suspense ou tensão (mas nunca esquecendo que, no final, a tensão deve ser resolvida).

2) Seguir uma ordem descritiva: isto é, seguir a ordem em que a cena, o objeto, o fato são observados, dos detalhes mais próximos para os mais distantes, ou vice-versa; de dentro para fora; da direita para a esquerda etc.

3) Uma informação nova deve se ligar a outra já enunciada: à medida que o texto avança, as novas ideias devem se relacionar às antigas, de maneira que todas permaneçam interligadas.

4) Evitar repetições: uma ideia já enunciada pode ser repetida – e, em alguns casos, é imprescindível que isso ocorra –, mas desde que acrescentemos uma informação nova ao raciocínio, um novo elemento, capaz de aclarar ainda mais o assunto de que estamos tratando. Ou seja, devemos evitar redundâncias: à medida que escrevemos, o texto se amplia graças à agregação de novas ideias, e não porque insistimos no que já foi tratado ou usamos um excesso de palavras.

5) Não se contradizer: uma tese exposta e defendida no início não pode ser atacada no final do texto. Se o objetivo do autor é discutir sobre diferentes argumentações em torno de um mesmo tema, deve deixar claro quem defende qual ideia. Nesses casos, todo cuidado é pouco: a contradição não deve ser assumida pelo autor, mas sim, surgir da diversidade de opiniões.

6) Não escamotear a realidade: um dado concreto, real, só pode ser contestado com base em investigações científicas. Um fato de conhecimento público pode ter novas versões, mas com base em depoimentos fidedignos. Encobrir a realidade com rodeios ou subterfúgios, apenas para dar maior veracidade a uma ideia, acaba sempre comprometendo a qualidade do texto e, às vezes, abalando a reputação do autor.

7) Evitar generalizações: afirmar, de forma infundada ou não, que algo é verdadeiro em grande parte das situações, ou para a maioria das pessoas, demonstra falta de argumentos ou preconceito do autor.

Comunicação em prosa moderna, Othon M. Garcia,
14ª edição, Editora da Fundação Getúlio Vargas.

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa