quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Tabela de Conectivos



INTENÇÃO
CONECTIVOS

ENTRE PARÁGRAFOS

INTRODUÇÃO
No contexto atual,
Na contemporaneidade,
No panorama atual,
Se há algo que
Discute-se muito sobre
Com o advento da (o)..., constata-se que

DESENVOLVIMENTO
(1º PARÁGRAFO)
É indubitável
É certo
É importante ressaltar
Um fator que,
Um aspecto que,
Em primeira análise,
Nesse contexto, 

DESENVOLVIMENTO
(2º. e 3º. PARÁGRAFO)
Ademais
Além disso,
Acrescente-se que
Alie-se a isso
Em uma segunda análise,
Outro aspecto a ser abordado
Outro fator que

CONCLUSÃO
Portanto
Em razão disso
Dessa forma
Em suma
Logo
Assim sendo
Enfim
Sendo assim


ENTRE PERÍODOS & ORAÇÕES

CAUSA / CONSEQUÊNCIA
Por isso
Por causa de
Porque
De tal maneira que
Visto que
De fato
Já que
Em consequência de
De forma que
Pois
Uma vez que

OPOSIÇÃO
Entretanto
Pelo contrário
Embora
Apesar de
Todavia
Contudo
No entanto
Ainda que
Posto que
Por outro lado

ADIÇÃO
Além disso
Ademais
Ainda mais
E
Também 

TEMPO
Então
Por fim
Ao mesmo tempo
Enquanto isso 
Desde que
Cada vez que
Por vezes
Atualmente 
Às vezes 
Assim que 
Logo que 
Depois que 
Antes de
À medida que 
Hoje
Após
Até 
Em seguida 

COMPARAÇÃO
Como
Também
Conforme
Tal como
Bem como
Pela mesma razão
De forma similar
De forma idêntica

PARALELISMO
Por um lado ... por outro lado
Tanto ... quanto ...
Não só ... mas também ...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A Arte de Convencer



A dissertação-argumentativa é um gênero textual da esfera escolar que tem como um de seus objetivos expor uma tese (ponto de vista) acerca de um determinado tema (sugerido na proposta de redação), baseada em argumentos e estratégias argumentativas sólidas e consistentes, alicerçadas nas mais diversas áreas do conhecimento.

Este primeiro objetivo – que não é nada fácil de ser alcançado, aliás – mira um propósito ainda maior (que é o mesmo que o deste e de tantos outros textos): convencer o leitor de que a tese ali exposta é correta e adequada para aquele contexto.

No fundo, o maior objetivo de uma dissertação-argumentativa é, por meio de um texto organizado, coerente e coeso – tanto estruturalmente quanto ideologicamente – convencer o leitor de que aquelas ideias são verdadeiras e devem ser tidas como corretas ou adequadas para aquela abordagem de determinado tema.

Nesse sentido, a dissertação-argumentativa bem escrita é um exemplo da arte do convencer o outro. Não é à toa que o autor desse gênero, em vários manuais de redação, é nomeado como “voz da razão e da verdade” e, por isso, o foco está nas ideias apresentadas e não no autor e, consequentemente, o texto deve ser escrito de maneira impessoal, sem estabelecer diálogo entre autor e leitor.

É como se o autor fosse uma voz “divina”, professando verdades, e o leitor fosse um ser totalmente passivo, um sujeito “assujeitado”, sem pensamentos, sentimentos… sem opinião própria. Ou seja, uma mentira.

Um leitor passivo, sem autonomia, sem senso crítico e sem opinião própria só existe nos manuais de redação para vestibulares e concursos públicos. Como dissemos no texto da semana passada (leia aqui), todos nós pensamos algo sobre tudo o que nos cerca e não somos neutros como podemos até imaginar. Nesse sentido, o convencimento é uma verdadeira arte.

Num mundo lotado de informações, no qual todos os dados e fatos circulam numa rapidez tremenda, como convencer as pessoas acerca de um ponto de vista? Com argumentos sólidos e consistentes, amparados no conhecimento acadêmico e científico e que saiam do senso comum, esta entidade que nos ronda a todo o momento, principalmente na internet, muitas vezes disfarçada de fake news que os corroboram porque é o que o povo quer ouvir e ler. A voz do povo é a voz da razão? Se ela for guiada pelo senso comum e por mentiras, não.

Neste exato momento quero convencê-los de que meus argumentos são corretos. Neste mesmo instante você pode estar pensando em quais argumentos escreverá no comentário desse texto para convencer aos outros e a mim de que você está certo. O vendedor quer te convencer de que a roupa ficou boa para ter a comissão. O psicólogo quer te mostrar o quão responsável você é por tudo o que ocorre na sua vida. O professor quer te convencer a estudar e assim vai…

Isto é: todos nós queremos convencer a todos os outros acerca de alguma coisa, seja ela qual for. Sempre conseguiremos? Não, de maneira nenhuma e está tudo bem. Haverá debates? Sim e isso é maravilhoso! É no debate que suscitamos novas ideias, novos argumentos, que podemos, inclusive, mudar de opinião e não ter aquela velha opinião formada sobre tudo (senso comum) e ser um pouco da metamorfose ambulante de Raul Seixas.

O importante é debater, mesmo que discordando, com respeito, educação e empatia, se colocando no lugar do outro e não disseminando discurso de ódio e, assim, desrespeitando os direitos humanos, não só na redação do Enem.

Pensem nisso na hora de escrever a redação do Enem ou de qualquer outra prova, no almoço em família, no churrasco com os amigos e na ceia de Natal deste ano.

Acesso em: 10 de dezembro de 2018, às 23h01

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Intertextualidade



Mesmo vendo-a pela primeira, dificilmente um leitor atento não saberá de imediato o sentido da palavra Intertextualidade. E por um motivo simples: nela, perceberá a presença do radical em "textual", que contém o significado da palavra. No início, verá o prefixo “inter” (entre); e, no final, o sufixo “idade” (condição, estado).

Ou seja, Intertextualidade é o diálogo que o usuário da língua estabelece com outros textos, seja na oralidade, seja na escrita.

Competência linguística, aliás, que desenvolvemos desde nossa infância, antes mesmo de irmos à escola. No convívio familiar, com os amigos, com a comunidade, a interatividade humana faz com que utilizemos outros discursos na construção de nossos discursos. Até aqui não existe plágio, que é um tipo de intertextualidade.

Acrescente-se que o diálogo pode ser estabelecido não só entre textos verbais, mas também entre textos imagéticos.

Veja:


Neste momento, ficaremos com a intertextualidade entre textos verbais. Elas se classificam em:

– Alusão: Trata-se de uma referência a outros textos, pessoas, situações sem a citação nominal.
Ex. No Brasil, existem ex-presidentes que parecem continuar no poder.

– Citação: É a transcrição de texto alheio, por isso deve vir, obrigatoriamente, marcada por aspas.
Ex. O escritor italiano Umberto Eco disse que “Todo texto é uma máquina preguiçosa pedindo ao leitor que faça parte de seu trabalho.”

– Paráfrase: O autor irá produzir um texto que irá ao encontro das ideias presentes em outro texto. Em textos não literários, ocorre, por exemplo, em resumos escolares. Veja, na área da arte, a paráfrase criada por Jorge Bem Jor, em “País tropical”:
Ex. Moro num país tropical / Abençoado por Deus / E bonito por natureza.

Com o Hino Nacional Brasileiro:

Ex. Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, limpos campos têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida / Nossa vida em teu seio mais amores.

– Paródia: Ao contrário da paráfrase, a paródia vai de encontro às ideias presentes em outro texto, normalmente por um viés irônico. Veja o diálogo do poeta Eduardo Alves da Costa com o nosso hino:

Ex. Minha terra tem Palmeiras, / Corinthians e outros times / de copas exuberantes.

– Pastiche: É a imitação de um estilo, pois se reporta a um gênero. Por exemplo, o programa Os Trapalhões é um pastiche de comédias italianas.

– Plágio: Único tipo de intertextualidade ilegal, porque o produtor textual se apropria do texto alheio e não informa a autoria original. Acontece em livros, músicas, fotografias e, também, em trabalhos escolares e acadêmicos.

Tradução: trabalho consciente e exato de transposição de um idioma para outro, entretanto desprovido de cunho artístico.

Versão: trabalho de transposição, exato e artístico.

O recurso da intertextualidade é fundamental para a produção de textos criativos e refinados. Para tanto, é necessário que o usuário da língua amplie a sua bagagem cultural, ampliando o seu conhecimento de mundo. E só é possível conseguir isso por meio de leituras variadas, principalmente, de textos literários.