segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Endemia x Epidemia x Pandemia

https://sindsaude.org.br/
 

O período de chuvas no Brasil faz com que casos de dengue se intensifiquem. Desde o início do ano, o Ministério da Saúde está monitorando o crescimento da doença no país, já classificada como epidemia. 

Mas você sabe por que a dengue é uma epidemia e não um surto? 

A resposta está na ocorrência de casos nas cinco regiões do Brasil. Uma doença é considerada uma epidemia quando há número de casos acima do esperado em diversas localidades. Se a dengue tivesse atingido, mesmo em grande número, apenas regiões isoladas, seria considerada um surto. 

https://saude.abril.com.br/

Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local. As doenças endêmicas podem ser sazonais. A febre amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região Norte do Brasil. 

Epidemia: a epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões do país. Exemplo: no dia 24 de fevereiro, vinte cidades haviam decretado epidemia de dengue. 

Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe suína) passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a registrar casos nos seis continentes do mundo.  A aids, apesar de estar diminuindo no mundo, também é considerada uma pandemia. 

Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades. Em algumas cidades (como Itajaí-SC), a dengue é tratada como surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões específicas (um bairro, por exemplo). 

https://www.saolucascopacabana.com.br/

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa


quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Há uma hora / À uma hora / A uma hora

 
https://voyajando.com/

As expressões linguísticas que trazemos para explicação, nesta semana, são construções reconhecidas em nossa língua, possuem a mesma pronúncia e, referem-se a um aspecto temporal. No entanto, apresentam entendimentos diferenciados. 


Veja: 


Ex. 1: 

Eu nasci há dez mil anos atrás.

Pra que sofrer, se há sempre um novo amor. 

Nos exemplos cima, em Eu nasci há dez mil anos atrás, o verbo haver está no sentido de fazer, e em Pra que chora, se há sempre um novo amor, no sentido de existir, por isso a grafia da palavra há em ambas construções está correta. Então, não esqueça: todas as vezes que for possível substituir o verbo haver por existir ou por fazer – em tempo decorrido – a grafia da palavra deve ser “há”.

 

Ex. 2: 

Iniciarei minha pesquisa à uma hora da tarde.

O sino soará à uma hora na igreja da Piedade.

Já os enunciados acima, por trazerem hora definida, estão grafados corretamente com o sinal grave indicador de crase. Aliás, a crase existe em frases elaboradas com horas definidas.

 

Ex. 3: 

Daqui a uma hora termina a palestra.

Sairemos a uma hora qualquer. 

Nos últimos exemplos, utilizou-se apenas a grafia “a”, por não haver uma precisão de horas. 

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa