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Não tem jeito. Seja em jornais, revistas ou internet, lá estão eles, às vezes, quase imperceptíveis, mas sempre marcando presença. Veja:
“Poucos tem (sic) o currículo eclético de Roberto Viana, dono da Petra Energia. Antes de se formar em economia pela Universidade Federal de Pernambuco, passou alguns anos estudando filosofia na Suiça (sic), onde dedicou-se ao estudo da obra do alemão Arthur Schopenhauer.” Folha de S. Paulo. Mercado. 19/05/2013.
“Mas comenta-se
também que o desfecho da negociação é questão de tempo.” A
Tarde. Tendências & Mercado. 26/05/2013.
“Com as economias que fizer, faça uma poupança e programe-se para usá-la no futuro.” Jornal Massa! Economia popular / nas ruas. 27/05/2013.
Pois é. Por cochilo ou desconhecimento, os exemplos citados estão com os pronomes colocados após os verbos, quando deveriam antecedê-los. Este fato nos chama à atenção, pois, se existe um aspecto gramatical na Língua Portuguesa que, em princípio, não deveria causar dificuldade ao usuário da língua este é a Colocação Pronominal, que indica a posição adequada dos pronomes oblíquos átonos em complementos verbais. Aqui, estamos nos referindo aos Objetos Direto e Indireto.
Existem em nosso idioma palavras – como pronomes, advérbios e conjunções – que atraem o pronome oblíquo para antes do verbo e, este fato, em tese, pode ser confirmado quando conseguimos uma melhor sonoridade ao aplicarmos a “lei do menor esforço”, ou seja, a construção oral mais leve e suave é a correta. Tente colocar os pronomes oblíquos, nos exemplos citados, antes dos verbos e você perceberá que pronunciamos os sons das palavras sem dificuldades, sem atropelos.
As regras de colocação pronominal, no entanto, devem ser internalizadas para uma maior desenvoltura linguística tanto do falante como do produtor textual.
Vamos a elas:
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Seguindo uma hierarquia, se houver a presença de palavras atrativas, o pronome oblíquo deverá estar antes do verbo; neste caso, temos a Próclise. Ex. Os romances que nos encantam são eternos.
Caso não ocorra a presença de palavras atrativas, e os verbos estejam no Futuro do Presente ou no Futuro do Pretérito, o pronome oblíquo deverá ficar no meio do verbo. Aliás, construção praticamente em desuso na oralidade, mesmo em ambientes literários e acadêmicos. É a Mesóclise. Ex. Ocupar-me-ia deste assunto, se tivesse tempo.
Se não houver nenhuma das condições citadas, o pronome oblíquo deverá estar após o verbo. É a Ênclise. Condição clássica da Língua Portuguesa. Ex. Acredita-se que o PIB brasileiro crescerá este ano.
Para um conhecimento mais aprofundado do uso dos pronomes oblíquos átonos, consulte uma gramática normativa recomendada por aqueles que lidam diariamente com o ensino da Língua Portuguesa.
Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa