sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

A Luz de Santo Agostinho

 feliz ano novo 2024 gif

Passado, Presente e Futuro

 

Santo Agostinho

 

    Passado não é, pois é o tempo que se afasta de nós, é tudo que já não é mais palpável, simplesmente porque já se foi.

   Presente é o “agora”, mas se permanecesse sempre presente e não se tornasse passado, não seria mais tempo, e sim eternidade. Então se o presente precisa se tornar passado para ser tempo, ele não é, porque o que é não deixa de ser.

   Futuro também não é, já que ainda não existe, e quando existir deixará de ser futuro e passará a ser presente, que tão logo já será passado.

 

        “É impróprio afirmar que os tempos são três: pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer que os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das presentes, presente das futuras. Existem, pois, estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte: lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras.”

 Livro XI da obra Confissões

Que em 2024 – e Sempre –, sejamos o presente modificador em nós e no outro.

 

Feliz Ano Novo!

 

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa

domingo, 3 de dezembro de 2023

O Verbo Pedir

 Países que falam português: quais são, características e onde ficam

Leia, atentamente, os seguintes enunciados:

1) Haitianos pedem emprego para soldados brasileiros.

2) Diante da notícia, o ministro pediu para que a segurança fosse reforçada.

3) Os vestibulandos pediram para o professor a revisão dos assuntos do trimestre.

Segundo a variante formal do português brasileiro pedir é um VTDI – verbo transitivo direto e indireto, ou seja, alguém pede que alguém faça algo ou pede algo a alguém, portanto as frases deveriam estar grafadas da seguinte forma:

1) Haitianos pedem emprego a soldados brasileiros.

2) Diante da notícia, o ministro pediu que a segurança fosse reforçada.

3) Os vestibulandos pediram ao professor a revisão dos assuntos do trimestre.

Mais: Acrescente-se que o primeiro enunciado grafado incorretamente contém uma ambiguidade, uma vez que ele pode dar a entender que são os soldados brasileiros que precisam de emprego e estão pedindo aos haitianos; no entanto, pelos nossos conhecimentos prévios, sabemos que o sentido só pode ser o oposto.

No entanto, o uso da preposição para é obrigatório, se verbo pedir tiver como complemento um verbo no infinitivo como em “O ex-presidente pediu para se retirar do debate.”.

Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa