https://www.pebsp.com/
Conforme
combinado na última postagem, agora vamos conferir um texto
Dissertativo-Argumentativo com o mesmo tema do texto Dissertativo-Expositivo,
publicado em 14/10/2024.
Veja!
https://www.educacaoanguera.ba.gov.br/
A Antártida e o Brasil
A Antártida representa o cenário do
maior projeto científico internacional da história da humanidade. Para um país
como o Brasil, ainda importador de tecnologia e de pouca tradição cientifica, o
Projeto Antártico Brasileiro poderá constituir-se no grande salto do país no
caminho do seu desenvolvimento científico e tecnológico, à medida que se puder
acionar com a rapidez necessária e motivação correspondente o enorme potencial
existente nas instituições científicas do país e nas suas universidades. As
ciências, que se desenvolvem no continente antártico, as chamadas Ciências da
Terra, por se preocuparem prioritariamente com o conhecimento do planeta e da
vida nele existente, têm empolgado a juventude universitária brasileira e
aparecem como um novo leque de opções a atrair a mocidade estudantil, quase sempre
dirigida para as ciências mecânicas e sócio-econômicas.
Sem dúvida, a presença brasileira na
Antártida irá requerer a superação prévia de inúmeros óbices, especialmente
para o Brasil, país sem nenhuma tradição polar.O fator humano, por exemplo, tem
sido uma fonte de preocupação. As necessidades de pessoal especializado ocorrem
tanto nos campos de pesquisa, quanto nos de apoio. De outra parte será necessário
integrar o Proantar, isto é, compatibilizá-lo com os vários projetos
científicos que estão em andamento na Antártida, muitos deles iniciados durante
o Ano Geofísico Internacional (AGI). Isto irá requerer um estudo detalhado
desses projetos, além de uma análise criteriosa de tudo o que o se processou
cientificamente na Antártida desde a realização do AGI. Somente dessa maneira é
que o Proantar poderá ser reconhecido, como de interesse para a Antártida e,
conseqüentemente, a pesquisa nele programada, uma vez realizada, possa ser
qualificada de substancial.
Outra grande dificuldade que as
expedições brasileiras irão enfrentar refere-se ao meio ambiente natural
antártico, que é bastante adverso, não só pelas condições extremas que apresenta
para a vida humana, como também pela rapidez com que, muitas vezes, os
parâmetros ambientais variam. Afinal, essas dificuldades existem e, certamente,
serão contornadas ou superadas pelo Brasil, como o foram pelos países pertencentes
ao "Clube Antártico".
Um país com a importância política do
Brasil, com a projeção econômica que já alcançou e com a influência cultural
que tem transcendido as suas fronteiras, não poderá permanecer em uma posição
caudatária em ciência e tecnologia. O Projeto Antártico, indubitavelmente,
constituirá uma grande oportunidade para a nação se projetar cientificamente.
O Brasil não irá para a Antártida fazer
reivindicações territoriais posteriores. Ciente de seus interesses e das responsabilidades
que assumiu como signatário do tratado, o Brasil pretende apenas integrar-se na
grande comunidade antártica, com a humildade de quem, até então, representou o
grande omisso, para fazer ciência e conseqüentemente participar dos destinos
daquela região, que constitui a última grande porção de terra emersa em todo o
planeta e onde urna nova experiência de convivência internacional está sendo
experimentada.
Todas
as nações têm seus problemas, inclusive aquelas que desenvolvem atividades no
continente antártico. Mas, nem por isso, elas pretendem abdicar de seus
interesses naquele continente. Sabe-se que o Brasil tem problemas, e muitos.
Mas não pode interiorizar-se e deixar de pensar no futuro. Existem compromissos
com as novas gerações e há que pensar no ano 2000. A Antártida é futuro.
Debruçado sobre o Atlântico Sul, o Brasil precisa retomar sua vocação marítima
e caminhar para Leste e para as regiões austrais, como outrora fizeram seus
antepassados lusos.
Manual de Redação do Correio da
Bahia.
Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa