domingo, 12 de fevereiro de 2017

 Gerúndio & Gerundismo



Observe a tirinha do Grump, que apareceu no vestibular do ITA:

– No lugar de reclamação, ação! Comprei um livro com tudo sobre a Reforma Ortográfica. Vou estar lendo diariamente. Vou estar aprendendo cada vez mais. Vou estar me superando a cada dia.

– Bem que podiam ter aproveitado a Reforma para estarem limando o gerúndio.
Temos, nos quadrinhos, uma crítica a um vício de linguagem que virou “modinha”, o gerundismo. Trata-se do emprego inadequado da forma nominal gerúndio. Muitas pessoas confundem gerúndio e gerundismo e, das duas uma: ou empregam equivocadamente o verbo no gerúndio ou evitam-no a todo custo, achando que é errado usá-lo.


Para evitar as confusões, vamos definir cada um dos termos:


Gerúndio: forma nominal dos verbos que indica ação em processo, ou seja, a ação já teve início e ainda está em andamento, não foi encerrada: “Os alunos estão fazendo a prova, enquanto a professora observa.”


Gerundismo: vício de linguagem que consiste na construção de locução verbal exagerada, com excesso de verbos e um deles no gerúndio, na tentativa de reforçar a ideia de continuidade de uma ação no futuro: “Vou estar fazendo a lição de casa após o almoço”.
Como diriam meus alunos, ‘o que pega’ é que há falta de objetividade na construção, pois não há necessidade de tantos verbos na locução. A mensagem ficaria mais objetiva e clara, por exemplo, assim:


- Vou fazer a lição de casa após o almoço.


Além da falta de objetividade, há também outro problema: ‘vou fazer’ é pontual, assertivo, ao passo que ‘vou estar fazendo’ transmite a ideia de que o processo vai ser iniciado, mas nada se sabe quanto ao término…


Então é melhor não usar locuções com verbo no gerúndio? Não! Essa forma nominal é útil, mas deve ser empregada apenas quando a intenção for indicar que a ação não terminou, ainda está em curso, isoladamente ou em relação a outra ação, como nesta frase:


A velhinha estava fazendo palavras cruzadas enquanto esperava o médico atendê-la. (ação iniciada e não concluída)


Veja, agora, como o cartunista Laerte fez bom uso do gerúndio na tirinha abaixo:



Resumindo: evite o gerúndio desnecessário, mas continue a empregá-lo em locuções verbais que expressem ação iniciada e ainda não concluída.


E quando vocês estiverem empregando corretamente essa forma verbal, ficarei satisfeita por auxiliado.

https://www.infoenem.com.br/gerundio-e-gerundismo-entenda-diferenca/

sábado, 24 de dezembro de 2016

 Série Bicicletas, por Alemão

Alemão desenvolve o grafitti e as artes plásticas desde 2004. Com o grafitti registra a arte urbana em espaços públicos apontando as realidades locais e dando vida à grandes superfícies, monumentos e regiões isoladas de diversas cidades do Brasil.  

Participou de diversas exposições apresentando a sua arte utilizando como suporte monumentos de grandes dimensões. Devido à sua forma de expressão arrojada e criativa foi um dos artistas plásticos convidado à participar do projeto Rino Mania 2011 onde o objetivo é apresentar numa exposição itinerante por todo Brasil, rinocerontes gigantes e a disseminação da arte associada à preservação de espécies em extinção. 
 
Seus quadros atuais que compõe a Série Bicicletas, apresentam um colorido diversificado, símbolos e personagens imaginários característicos que conduzem as bicicletas à passeios pelas cidades, seja dia de sol ou de chuva distribuindo sentimentos de alegria, perseverança, humildade, amizade e amor, colorindo, alegrando e encantando o espectador de forma social, criativa e contemporânea.  

https://www.democrart.com.br/artist/detail/artista.306/alemao/




 
 

 

domingo, 4 de dezembro de 2016


 Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo. 


Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão. 


Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira. 


Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta. 


Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente. 


Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem. 


Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
                                                                                                                                                                                              Ferreira Gullar
                                                       Os Melhores Poemas de Ferreira Gullar

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Vaquejada


http://atarde.uol.com.br/charges/aziz-vaquejada
Acesso em:  22 de novembro de 2016, às 22h12.

sábado, 15 de outubro de 2016

O Rio e o Oceano


Diz que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo.
Olha pra trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas,
através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar
nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência.
Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.
Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro é renascimento. Assim como nós. Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem! Avance firme e torne-se Oceano!

Osho