domingo, 24 de julho de 2016

 

O poeta Vitório Valentino Assis Foscarini tem apenas 17 anos, nasceu em Simões Filho e mora em Salvador, cidades da Bahia. Curioso e criativo, foi exposto à arte, principalmente à música, muito cedo. Aos 10 anos de idade, ganhou seu primeiro violão, já aos 13, começou a escrever somente letras de músicas, por preguiça de musicar o que escrevia. Além de poemas, já fez contos, crônicas, ensaios e até uma peça de teatro.

Segundo ele, sua inspiração geralmente é o amor. Puro e simples. Drummond e Vinicius de Moraes são suas principais referências nacionais, já as internacionais, Edgar Alan Poe e Bukowski dão norte à sua poesia. Atualmente, possui 40 poemas registrados e, em breve, pretende lançar um livro de forma independente.

O poema que você lerá, a seguir, foi composto especialmente, por ele, para a encenação de "O Cortiço", de Aluísio de Azevedo, em julho / 2016, no Colégio Estadual Raphael Serravalle, Salvador / Bahia, escola na qual Vitório cursa o 3º. ano, do Ensino Médio, Turma C, no Turno Vespertino.

Confira o fazer poético de Vitório Valentino!


João Romão

Grande é minha gratidão
Pela generosidade do meu patrão
Pois após sua morte
Recebi com toda sorte
Seu mercadinho em minha mão

Trabalhei por muito tempo
Sob chuva, sol e no relento
Conheci então a Bertoleza
Que muito me ajudou na dureza
Mas quando veio a riqueza
Não me servia como princesa

Era um homem muito focado
Tinha objetivos claros
E a eles era dedicado
Maldita inveja que os tornaram opacos

O Cortiço é minha obra prima
Lá moravam as mais diversas famílias
Ele é o orgulho da minha vida
Começou pequeno e foi crescendo
Felicidades e tragédias aconteceram lá dentro

Muito sou arrependido
Por tanto Bertoleza ter sofrido
Maldita ganância essa minha
Ao ponto de forjar sua alforria
E ser o assassino que a mataria

De que agora me adianta
Medalha, título, aliança
Se a dor da culpa é mais forte
Que a luz da esperança

Conquistei muito
Pra não ter nada
Por fora sou cheio
Dentro vazia a alma

Inveja e ambição
Me colocaram no chão
Meus valores agora
São itens em extinção

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