Coerência é a
ligação em conjunto dos elementos formativos de um texto. É o instrumento que o
autor vai usar para conseguir dar um sentido completo à produção textual.
Em uma redação,
para que a coerência ocorra, as ideias devem se completar. Uma deve ser a
continuação da outra. Caso não ocorra uma concatenação de ideias entre as
frases, elas acabarão por se contradizerem ou por quebrarem uma linha de
raciocínio. Quando isso acontece, dizemos que houve um quebra de coerência
textual.
A coerência é um
resultado da não contradição entre as partes do texto e do texto com relação ao
mundo. Ela é também auxiliada pela coesão textual, isto é, a compreensão de um
texto é melhor capturada com o auxílio de conectivos, preposições, pronomes e
outros elementos coesivos.
A incoerência de
um texto pode ser observada por um falante da língua, mas não é tão fácil
identificá-la quando estamos escrevendo. Pode-se dizer
que um texto é incoerente quando o entendimento dele é comprometido. Na maioria
das vezes esta pessoa está certa ao fazer esta afirmação, mas não podemos achar
que as dificuldades de organização das ideias se resumem à coerência ou à
coesão. É certo que elas facilitam bastante esse processo, mas não são
suficientes para resolver todos os problemas.
1) Manter a ordem cronológica: não se deve relatar antes o que ocorre depois, a
não ser que se pretenda criar um clima de suspense ou tensão (mas nunca
esquecendo que, no final, a tensão deve ser resolvida).
2) Seguir uma ordem descritiva: isto é, seguir a ordem em que a cena, o objeto, o
fato são observados, dos detalhes mais próximos para os mais distantes, ou
vice-versa; de dentro para fora; da direita para a esquerda etc.
3) Uma informação nova deve se ligar a outra já
enunciada: à medida que o texto
avança, as novas ideias devem se relacionar às antigas, de maneira que todas
permaneçam interligadas.
4) Evitar repetições: uma ideia já enunciada pode ser repetida – e, em
alguns casos, é imprescindível que isso ocorra –, mas desde que acrescentemos
uma informação nova ao raciocínio, um novo elemento, capaz de aclarar ainda
mais o assunto de que estamos tratando. Ou seja, devemos evitar redundâncias: à
medida que escrevemos, o texto se amplia graças à agregação de novas ideias, e
não porque insistimos no que já foi tratado ou usamos um excesso de palavras.
5) Não se contradizer: uma tese exposta e defendida no início não pode
ser atacada no final do texto. Se o objetivo do autor é discutir sobre
diferentes argumentações em torno de um mesmo tema, deve deixar claro quem
defende qual ideia. Nesses casos, todo cuidado é pouco: a contradição não deve
ser assumida pelo autor, mas sim, surgir da diversidade de opiniões.
6) Não escamotear a realidade: um dado concreto, real, só pode ser contestado com
base em investigações científicas. Um fato de conhecimento público pode ter
novas versões, mas com base em depoimentos fidedignos. Encobrir a realidade com
rodeios ou subterfúgios, apenas para dar maior veracidade a uma ideia, acaba
sempre comprometendo a qualidade do texto e, às vezes, abalando a reputação do
autor.
7) Evitar generalizações: afirmar, de forma infundada ou não, que algo é
verdadeiro em grande parte das situações, ou para a maioria das pessoas,
demonstra falta de argumentos ou preconceito do autor.
Fonte: Comunicação em prosa moderna, Othon M.
Garcia,
14ª edição, Editora da Fundação Getúlio Vargas.
14ª edição, Editora da Fundação Getúlio Vargas.
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ResponderExcluirAqui vai o endereço correto: http://letraseducacaoepolitica.blogspot.com.br/
ResponderExcluirOk, Beto, verei agora.
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