quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A Coerência Textual em 7 Regras




1) Manter a ordem cronológica: não se deve relatar antes o que ocorre depois, a não ser que se pretenda criar um clima de suspense ou tensão (mas nunca esquecendo que, no final, a tensão deve ser resolvida).

2) Seguir uma ordem descritiva: isto é, seguir a ordem em que a cena, o objeto, o fato são observados –  dos detalhes mais próximos para os mais distantes, ou vice-versa; de dentro para fora; da direita para a esquerda etc.

3) Uma informação nova deve se ligar a outra, já enunciada: à medida que o texto avança, as novas ideias devem se relacionar às antigas, de maneira que todas permaneçam interligadas.

4) Evitar repetições: uma ideia já enunciada pode ser repetida - e, em alguns casos, é imprescindível que isso ocorra -, mas desde que acrescentemos uma informação nova ao raciocínio, um novo elemento, capaz de aclarar ainda mais o assunto de que estamos tratando. Ou seja, devemos evitar redundâncias: à medida que escrevemos, o texto se amplia graças à agregação de novas ideias, e não porque insistimos no que já foi tratado ou usamos um excesso de palavras.

5) Não se contradizer: uma tese exposta e defendida no início não pode ser atacada no final do texto. Se o objetivo do autor é discutir sobre diferentes argumentações em torno de um mesmo tema, deve deixar claro quem defende qual ideia. Nesses casos, todo cuidado é pouco: a contradição não deve ser assumida pelo autor, mas, sim, surgir da diversidade de opiniões.

6) Não escamotear a realidade: um dado concreto, real, só pode ser contestado com base em investigações científicas. Um fato de conhecimento público pode ter novas versões, mas com base em depoimentos fidedignos. Encobrir a realidade com rodeios ou subterfúgios, apenas para dar maior veracidade a uma ideia, acaba sempre comprometendo a qualidade do texto - e, às vezes, abalando a reputação do autor.

7) Evitar generalizações: afirmar, de forma infundada ou não, que algo é verdadeiro em grande parte das situações, ou para a maioria das pessoas, demonstra
falta de argumentos ou preconceito do autor.


Fonte: Comunicação em prosa moderna, Othon M. Garcia,
14ª edição, Editora da Fundação Getúlio Vargas.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. O prazer, também, foi meu, Fábio. Se quiser sugerir algo ou eliminar alguma dúvida, em Língua Portuguesa, fique à vontade.

      Abs/

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