terça-feira, 31 de março de 2020

Verossimilhança

 

Narrar, relatar... tudo parece fazer parte de nossa rotina enquanto seres eminentemente sociais. Narramos uma história ocorrida conosco ou até mesmo com outras pessoas, ouvimos também outras tantas, sejam elas verdadeiras ou não, relatamos um acontecimento por nós presenciado, enfim, muitas são as circunstâncias em que nos encontramos narrando algo. Seja por meio da oralidade, seja pela escrita, todo interlocutor espera, ao menos, que aquilo que contamos tenha um início, meio e fim.

Numa história, a cada novo acontecimento vão surgindo fatos que desencadeiam outro; tudo parece ir se complicando, chegando a um ponto máximo, até que, enfim, ou tudo se resolve ou a história toma rumos inesperados pelo próprio leitor/ouvinte. É natural, pois faz parte da trama, do enredo. E é sobre esse desencadear de ações que apostamos nossa discussão acerca de um importante elemento que norteia o gênero narrativo: a verossimilhança


Para compreendê-la, devemos partir do pressuposto de que os fatos não precisam ser verdadeiros, isto é, correspondentes à realidade, mas que sejam dotados de lógica, coerência, pois o que se espera é que eles façam sentido.Ainda que inventados, precisam satisfazer às expectativas do interlocutor, de modo a fazer com que ele encontre sentido naquilo que está compartilhando. Caso contrário, as ideias ficarão incompreensíveis, vagas. Tal aspecto se deve ao fato de que quando estamos lendo, parece que mergulhamos naquele universo, e mais: o que na realidade é fictício, à medida que vamos estabelecendo familiaridade, parece se tornar real, tamanha é a organização dos fatos, levando em consideração a forma como eles nos são repassados.   
 

Acredite! Isso é verossimilhança!

Acesso em: 31 de março de 2020, às 17h41

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