Narrar, relatar... tudo parece fazer parte de nossa rotina enquanto
seres eminentemente sociais. Narramos uma história ocorrida conosco ou até
mesmo com outras pessoas, ouvimos também outras tantas, sejam elas verdadeiras
ou não, relatamos um acontecimento por nós presenciado, enfim, muitas são as
circunstâncias em que nos encontramos narrando algo. Seja por meio da
oralidade, seja pela escrita, todo interlocutor espera, ao menos, que aquilo
que contamos tenha um início, meio e fim.
Numa história, a cada novo acontecimento vão surgindo fatos que desencadeiam
outro; tudo parece ir se complicando, chegando a um ponto máximo, até que,
enfim, ou tudo se resolve ou a história toma rumos inesperados pelo próprio
leitor/ouvinte. É natural, pois faz parte da trama, do enredo. E é sobre esse
desencadear de ações que apostamos nossa discussão acerca de um importante
elemento que norteia o gênero narrativo: a verossimilhança.
Para compreendê-la, devemos partir do pressuposto de que os fatos não precisam ser verdadeiros, isto é, correspondentes à realidade, mas que sejam dotados de lógica, coerência, pois o que se espera é que eles façam sentido.Ainda que inventados, precisam satisfazer às expectativas do interlocutor, de modo a fazer com que ele encontre sentido naquilo que está compartilhando. Caso contrário, as ideias ficarão incompreensíveis, vagas. Tal aspecto se deve ao fato de que quando estamos lendo, parece que mergulhamos naquele universo, e mais: o que na realidade é fictício, à medida que vamos estabelecendo familiaridade, parece se tornar real, tamanha é a organização dos fatos, levando em consideração a forma como eles nos são repassados.
Acredite! Isso é verossimilhança!
Acesso em: 31 de março
de 2020, às 17h41
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