Depende da sua língua materna. Para os lusófonos, o mandarim parece ser
a mais difícil de todas as línguas que possuem uso comercial. Pois:
1) A escrita é impossível: os ideogramas chineses são difíceis de
escrever, mesmo em sua versão simplificada. Dizem que existem 50.000 caracteres
chineses, mas com “apenas” 2.000 já é possível ler um jornal. O alfabeto português
possui 23 letras.
2) Não existe correlação com o nosso alfabeto latino.
3) O processo de escrita não é muito fonético. A forma como falamos
define o que escrevemos. Certo? Não no chinês. É possível encontrar adultos
letrados que não sabem escrever “joelho” ou “lata” porque não lembram quais são
os ideogramas correspondentes.
4) Não há cognatos para ajudar. Entre as línguas do oeste europeu, é
possível achar vários cognatos. Mesmo o alemão, tem várias palavras parecidas
com o português (Lampe, Fabrik, Telefon etc). No chinês isso simplesmente não
existe.
5) Procurar uma palavra no dicionário é complicado. Basta saber o
radical da palavra e suas variantes. O que é virtualmente impossível. Mesmo os
dicionários chineses diferem muito entre si, devido aos diferentes métodos de
converter a palavra para a escrita ocidental.
6) Mesmo com o uso difundido do chinês simplificado, sempre vai aparecer
algo de chinês clássico (wenyanwen). E esse é impossível ao quadrado.
7) A pronúncia é tudo. Eu falo “essa é minha água”, você a toma eu falo
“ei, essa é minha água!”. Da 1a vez eu falo minha de um jeito
calmo, e na 2a vez com ênfase. A palavra é a mesma e o entendimento
também. No chinês não. Por exemplo: sì é a palavra para 4, enquanto sǐ é a
palavra para morte.
8) Ocidente e Oriente. A língua de um povo é uma representação deste.
Quem fala português é muito diferente de quem fala chinês, e isso se reflete na
língua.
Toda língua é um desafio, mas a falta de correlação direta entre a
escrita chinesa e o alfabeto latino torna o processo de aprendizagem muito mais
complicado.
Acesso
em: 1 de julho de 2020, às 13h39.
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