A Coerência é um dos aspectos fundamentais para a produção de textos competentes que consigam atender às intenções do autor ao produzir o texto e as do leitor ao buscar a leitura da produção textual, desta interação surge o significado do enunciado.
Segundo Ingidore Kock, "...
a coerência como princípio de interpretabilidade, depende da capacidade dos
usuários de recuperar os sentido do texto pelo qual interagem, capacidade essa
que pode ter limite variáveis para o mesmo usuário depende da situação e para
usuários diversos depende de vários fatores."
Para que você possa
ampliar sua competência textual, no momento de escrever, siga algumas
orientações que listamos, a seguir. Elas podem contribuir para eliminar - ou
mitigar - a tensão que muitos autores sentem no momento de escrever e, ao mesmo
tempo, estabelecer uma sequência textual, um caminho a ser seguido, para atingir
sua intenção ao escrever o texto.
Vamos a elas!
1) Manter a ordem
cronológica: não se deve relatar antes o que ocorre
depois, a não ser que se pretenda criar um clima de suspense ou tensão (mas
nunca esquecendo que, no final, a tensão deve ser resolvida).
2) Seguir uma ordem descritiva: isto é, seguir a ordem em que a cena, o
objeto, o fato são observados dos
detalhes mais próximos para os mais distantes, ou vice-versa; de dentro para
fora; da direita para a esquerda etc.
3) Uma informação nova
deve se ligar a outra, já enunciada: à medida que o texto
avança, as novas ideias devem se relacionar às antigas, de maneira que todas
permaneçam interligadas.
4) Evitar
repetições: uma ideia já enunciada pode ser
repetida - e, em alguns casos, é imprescindível que isso ocorra -, mas desde
que acrescentemos uma informação nova ao raciocínio, um novo elemento, capaz de
aclarar ainda mais o assunto de que estamos tratando. Ou seja, devemos evitar
redundâncias: à medida que escrevemos, o texto se amplia graças à agregação de
novas ideias, e não porque insistimos no que já foi tratado ou usamos um
excesso de palavras.
5) Não se
contradizer: uma tese exposta e
defendida no início não pode ser atacada no final do texto. Se o objetivo do
autor é discutir sobre diferentes argumentações em torno de um mesmo tema, deve
deixar claro quem defende qual ideia. Nesses casos, todo cuidado é pouco: a
contradição não deve ser assumida pelo autor, mas, sim, surgir da diversidade
de opiniões.
6) Não
escamotear a realidade: um dado concreto,
real, só pode ser contestado com base em investigações científicas. Um fato de
conhecimento público pode ter novas versões, mas com base em depoimentos
fidedignos. Encobrir a realidade com rodeios ou subterfúgios, apenas para dar
maior veracidade a uma ideia, acaba sempre comprometendo a qualidade do texto -
e, às vezes, abalando a reputação do autor.
7) Evitar
generalizações: afirmar, de forma
infundada ou não, que algo é verdadeiro em grande parte das situações, ou para
a maioria das pessoas, demonstra falta de argumentos ou
preconceito do autor.
Comunicação em prosa moderna, Othon M. Garcia
Paulo Jorge de Jesus
Professor Especialista em Língua Portuguesa
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