quinta-feira, 31 de março de 2011

A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO – II

        A dissertação possui três partes fundamentais: a Introdução, o Desenvolvimento e a Conclusão. Para começar a rascunhar seu texto, primeiro procure as palavras-chave do enunciado. Em seguida, elabore perguntas que estejam relacionadas a esse tema. Você deve refletir, procurando respostas para as questões formuladas. Certamente você não terá problemas nesse momento de reflexão, pois sabemos que, para defender um ponto de vista, certamente você já deve ter algum conhecimento sobre o assunto.
        Essas respostas colaboram na argumentação, já que, para defender uma idéia, você precisa argumentar sobre ela com o leitor, na tentativa de convencê-lo. O ideal é que você, a partir do tema, reflita e consiga as respostas (argumentos) para elaborar a segunda parte da dissertação, ou seja, o Desenvolvimento; pois, começando a pensar nos argumentos, você já pode ter a noção do seu projeto textual, integralmente, isto é, de que forma poderá estruturar sua dissertação.
        Exemplificando, suponhamos que o assunto seja "desemprego", do qual extraímos o seguinte tema (delimitação do assunto): "As principais conseqüências do desemprego no Brasil se agravam a cada dia, principalmente, nos grandes centros urbanos." Palavras-chave: conseqüências, desemprego, Brasil e centros.
               Elaborando a pergunta, teríamos: "Quais seriam as principais conseqüências do desemprego e por que se agravam a cada dia?".
 
     Como respostas, poderíamos apresentar os seguintes argumentos:

1.     o número excessivo de pessoas que vivem na mais completa miséria;
2.     a expansão de favelas nesses grandes centros;  
3.     o aumento da criminalidade.

      Outros argumentos podem ser apontados. O importante é que cada argumento encontrado esteja relacionado com o assunto em questão.
      Após a reflexão, guarde os argumentos levantados para compor posteriormente o Desenvolvimento, que chamamos de o “cérebro da dissertação”. Comece a pensar, agora, na Introdução, que bem poderia esta:

      As principais conseqüências do desemprego no Brasil se agravam a cada dia, principalmente nos grandes centros urbanos; e, ao que parece, não vislumbramos um horizonte promissor diante de um quadro econômico e social que insiste em se mostrar cada vez pior.

         Observe que, nessa primeira parte, foi estabelecido o assunto, já delimitado, ou seja, o tema a ser tratado, e a posição do autor do texto.  Observe, ainda, o emprego da palavra "e", o ponto-e-vírgula e as vírgulas colocadas neste parágrafo para unir o tema ao ponto de vista do autor.                                    
         Terminada essa etapa, passamos para uma outra, o Desenvolvimento, parte do texto em que cada um dos argumentos já mencionados será desenvolvido.
               Desse modo, para cada um dos três argumentos apresentados, teríamos um parágrafo, num total de três:

     Movidas pela idéia de que, nos grandes centros, o ser humano conta com melhores condições para a sua subsistência, populações inteiras imigram do interior. O sonho termina logo que essas pessoas chegam às cidades e começam a procurar emprego. São inúmeros os problemas com os quais se deparam, e a resposta é sempre a mesma: "Não há vaga", ou ainda, "A vaga já foi preenchida".
     Sem terem para onde ir, essas pessoas acabam se alojando em favelas, aumentando-as em sua extensão territorial, ou formam outras que crescem do mesmo modo, vivendo de maneira degradante. A luta agora é com a fome, com a miséria. O pouco que conseguem mal dá para a sua sobrevivência e a de seus filhos. Isso tudo explica a existência de tantos meninos que tentam vender balas, chocolates e outras pequenas mercadorias aos motoristas que param à espera do sinal abrir. Junto com a miséria e a fome, surgem doenças, muitas vezes sem a possibilidade da cura; pois, se essas pessoas conseguem atendimento médico gratuito, muitos deles não têm como comprar os remédios.

     

        Diante de todos esses problemas, pode-se acrescentar mais um: o da criminalidade. Bastaria citar a grave situação desencadeada nas favelas entre os denominados traficantes que lá se instalam e os policiais. Todavia, esse é apenas um dentre outros e graves exemplos. Além da conotação que se tem com relação a quem mora em uma favela – a de bandido –, há ainda o forte impulso da miséria que, com o desemprego, faz com que alguns acabem praticando pequenos roubos, às vezes, até, provocando a sua própria morte.
     Assim como na Introdução e na Conclusão, no Desenvolvimento ocorre  o emprego de palavras como “isso, junto com, todavia, além da, diante de que estabelecem a ligação, não só com  o parágrafo anterior, mas também com os períodos  e  orações  de  um  mesmo parágrafo. O texto deve manter essa conexão, compondo um todo significativo entre os argumentos desenvolvidos.
        A última etapa é a Conclusão. Nesse parágrafo reafirme seu ponto de vista já mencionado na Introdução, utilizando-se, obviamente, de outras palavras. Veja:

     Os governantes e a sociedade deste país devem buscar formas políticas e sociais para, no mínimo, tentar amenizar essa situação, pois enquanto cada cidadão estiver preocupado apenas com seus direitos, a taxa de desemprego continuará crescendo e, também, a miséria, as favelas e a criminalidade.

        Observação:

        Uma outra forma de se redigir a Conclusão seria apenas fazer um comentário final, sem a reafirmação do tema. Outro elemento importante e que não pode ser esquecido jamais é o Título da dissertação. Procure um título curto e criativo. Nesse caso, um bom exemplo seria “Futuro anunciado”.
        Reunindo todos os parágrafos escritos temos agora a dissertação, completa, acrescida do título.
        Veja:

Futuro anunciado

        As principais conseqüências do desemprego no Brasil se agravam a cada dia, principalmente nos grandes centros urbanos; e, ao que parece, não vislumbramos um horizonte promissor diante de um quadro econômico e social que insiste em se mostrar cada vez pior.
       Movidas pela idéia de que, nos grandes centros, o ser humano conta com melhores condições para a sua subsistência, populações inteiras imigram do interior. O sonho termina logo que essas pessoas chegam às cidades e começam a procurar emprego. São inúmeros os problemas com os quais se deparam, e a resposta é sempre a mesma: "Não há vaga", ou ainda, "A vaga já foi preenchida".
       Sem terem para onde ir, essas pessoas acabam se alojando em favelas, aumentando-as em sua extensão territorial, ou formam outras que crescem do mesmo modo, vivendo de maneira degradante. A luta agora é com a fome, com a miséria. O pouco que conseguem mal dá para a sua sobrevivência e a de seus filhos. Isso tudo explica a existência de tantos meninos que tentam vender balas, chocolates e outras pequenas mercadorias aos motoristas que param à espera do sinal abrir. Junto com a miséria e a fome, surgem doenças, muitas vezes sem a possibilidade da cura; pois, se essas pessoas conseguem atendimento médico gratuito, muitos deles não têm como comprar os remédios.
          Diante de todos esses problemas, pode-se acrescentar mais um: o da criminalidade. Bastaria citar a grave situação desencadeada nas favelas entre os denominados traficantes que lá se instalam e os policiais. Todavia, esse é apenas um dentre outros e graves exemplos. Além da conotação que se tem com relação a quem mora em uma favela – a de bandido –, há ainda o forte impulso da miséria que, com o desemprego, faz com que alguns acabem praticando pequenos roubos, às vezes, até, provocando a sua própria morte.
       Os governantes e a sociedade deste país devem buscar formas políticas e sociais para, no mínimo, tentar amenizar essa situação, pois enquanto cada cidadão estiver preocupado apenas com seus direitos, a taxa de desemprego continuará crescendo e, também, a miséria, as favelas e a criminalidade.
                                        
                      Retirado do site: http://minerva.ufpel.edu.br/~marchiori.quevedo/esquemadisserta.htm


sábado, 19 de março de 2011


Profa. Otília

Reportagem
O MAE – Melhorando o Ambiente Escolar é um projeto criado pela professora Otília Albano, da área de Artes, para ser aplicado no ICEIA – Instituto Central de Educação Isaías Alves, ao longo do ano de 2011, com a sua culminância prevista para o final da IV Unidade. A professora Otília trabalha no ICEIA há quatorze (14) anos e elaborar e aplicar projetos em parceria com seus alunos é algo que vem ocorrendo já há alguns anos, sendo este o terceiro projeto de grande porte. Segundo a professora, “Os alunos terão participação fundamental no projeto, pois serão eles que irão desenvolver todo o trabalho de campo, percorrendo os ambientes da escola.” 


Quadra de Esportes

O projeto envolve, no total, 10 (dez) turmas, do ICEIA, sendo sete (7) turmas do 1º. ano, do Ensino Médio, do turno matutino, e três (3) turmas do 1º. ano, do Tempo Formativo, do turno noturno. A idade dos alunos do turno matutino varia entre 15 a 16 anos e, à noite, a idade dos alunos varia entre 20 a 30 anos. Em comum, a característica de serem, praticamente, novos na escola, vindos principalmente de bairros da periferia de Salvador.
O Objetivo Geral do projeto MAE – Melhorando o Ambiente Escolar, segundo a professora Otília Albano, “Transformar os ambientes da escola em locais apropriados para as práticas pedagógicas com decoração adequada, de modo a proporcionar aos visitantes e a todo corpo escolar conforto, bem estar, motivação para executar atividades educativas e estímulo para preservação do patrimônio público.”

Laboratórios de Informática

Quanto aos Objetivos Específicos, o projeto apresenta as seguintes etapas:
√ Definir os ambientes a serem trabalhados;
√ Visitar os ambientes relacionando os pontos positivos e negativos encontrados;
√ Entrevistar alunos e funcionários da escola buscando críticas e sugestões a respeito de cada ambiente;
√ Levantar dados necessários para transformação destes ambientes;
√ Criar soluções para resolver os problemas encontrados em cada local e
√ Executar projetos de decoração dos ambientes.

Jardim interno

De porte especial e considerada uma das maiores escolas públicas do estado da Bahia, o ICEIA possui salas de aula amplas, uma grande biblioteca, enormes corredores, quadra esportiva com arquibancada, ginásio de esportes, sendo a única, em todo o estado, que possui uma piscina com dimensões olímpicas. Em vista disso, a professora Otília e seus alunos listaram os seguintes ambientes a serem visitados: portaria, secretaria, coordenação, vice-direção, direção, os laboratórios de Informática, de Artes e de Química, salas de aula, quadra coberta, quadra descoberta, arquibancada, piscina, teatrinho, salão nobre, biblioteca, sala de leitura, sala de dos professores, cantina, sala de xerox, sanitários, jardins, corredores, estacionamento, arquivo, cozinha, sala de vídeo e sala de deficientes visuais.


D. Lourdes, na portaria principal,
do ICEIA

Veja, a seguir, o quadro informativo contendo o nome das turmas e os ambientes pelos quais elas ficarão responsáveis:
TURMAS RESPONSÁVEIS
AMBIENTES
1EMD1
JARDINS
ESTACIONAMENTO
1EMD2

1EMD3
SALASDE AULA
SALÃO NOBRE
1EMD4
TEATRINHO
SALA DE VIDEO
1EMD5
SALA DE LEITURA
BIBLIOTECA
1EMD6
ARQUIBANCADA
PISCINA
1EMD7
QUADRA COBERTA
QUADRA DESCOBERTA
1EMD12

EVII4
COORDENAÇÃO
SALA DOS PROFESSORES
EVII5
VICE-DIREÇÃO
DIREÇÃO



Área interna da escola





sábado, 29 de janeiro de 2011

           A Vista de um Ponto
Caro Leitor,

Atendendo à proposta pedagógica do Curso de Especialização de Mídias Avançado; vamos, a partir de agora, manifestar nosso Ponto de Vista sobre temas fundamentais à construção da sociedade brasileira. E para iniciar essa discussão, fui buscar no Blog da Cartacapital, um tema sugerido pelo professor Emir Sader, da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro -, sobre o qual todo cidadão pode e deve se manifestar a respeito dele.

Leia a proposta, reflita e se posicione sobre ela.

Bom trabalho!


27/01/2011
Consulta sobre a usina de Belo Monte
Apresentamos aqui mais uma consulta para nossos leitores e leitoras: na sua opinião, deve ou não ser concedida a licença para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte?

Postado por Emir Sader às 10:12

domingo, 23 de janeiro de 2011

Já vimos, no texto iniciador deste Blog, a exposição e análise da ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO; vejamos, agora, um passo a passo das etapas que compõem o texto Dissertativo, ou seja, a Introdução, o Desenvolvimento e a Conclusão.

Boa Leitura!

A CONSTRUÇÃO DO TEXTO DISSERTATIVO

   TEMA: Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos.”

      Sua primeira providência deve ser copiar este tema em folha de rascunho e fazer a seguinte pergunta: POR QUÊ?
      Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre uma possível resposta para a questão, procure recordar-se do que já leu ou ouviu a respeito dele. É quase certo que você tenha ao menos uma noção acerca de qualquer tema que lhe vier a ser apresentado.
      O ideal, para que sua dissertação explore suficientemente o assunto, é que você obtenha duas ou três “respostas” para a questão formulada; estas “respostas” chamam-se argumentos. Vejamos agora que argumentos poderíamos encontrar para este tema. Uma possibilidade é pensar que um dos sérios problemas que o homem não consegue resolver é o da miséria. Assim, já teríamos o primeiro argumento:

ARG. 1: Existem populações imersas em completa miséria.

      Pensando um pouco mais nos problemas que enfrentamos, poderíamos formular o segundo argumento:

ARG. 2: A paz é interrompida freqüentemente por conflitos internacionais.
           
      Refletindo um pouco mais sobre as questões que afligem a humanidade, logo lembramos do desequilíbrio ecológico, que pode ser o nosso terceiro argumento:

ARG. 3: O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.

      Dessa maneira, obtemos o seguinte quadro:

      1) Existem populações imersas em completa miséria.
      2) A paz é interrompida freqüentemente por conflitos internacionais.                                                
      3) O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.

      Você pode encontrar outros argumentos além desses apresentados acima que justifiquem a afirmação proposta pelo tema. A única exigência é que eles se relacionem com o assunto sobre o qual você está escrevendo.
      Uma vez estabelecido o tema e os três argumentos, você já dispõe do necessário para, agora, rascunhar a sua dissertação. Ela deverá constar de três partes fundamentais: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão. 
      Vamos agora redigir o primeiro parágrafo da dissertação, ou seja, a Introdução. Para compô-la, você deve falar do assunto e manifestar sua opinião a respeito dele. Veja como poderia ser:

      No início do terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver, ou mesmo minimizar, graves problemas que atingem populações em vários cantos do mundo. É preciso discutir de forma séria e urgente essas questões; pois, se assim não o for, corremos risco de a vida na Terra piorar ainda mais, se é que é possível piorar.
    
      Depois de terminado o parágrafo da Introdução, você deverá passar para o Desenvolvimento, explicando cada um dos argumentos já encontrados.
      Assim, no próximo parágrafo, escreva tudo o que souber sobre o fato de existirem populações miseráveis.

      Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas mal-distribuídas quer entre estados, quer entre indivíduos –; encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as nações.

      Como você pode perceber, convém, vez por outra, lançar mão de certos exemplos para comprovar suas afirmações.
      No parágrafo seguinte, desenvolve-se o seguinte argumento:

      Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança, por exemplo, das guerras do Vietnã, da Coréia, na antiga Iugoslávia e da Guerra do Golfo. Atualmente, a guerra no Iraque, promovida pelos Estados Unidos, mantém o estado de preocupação de governos, instituições e, por que não dizer, do cidadão comum.

      Note a presença da expressão Além disso no início do parágrafo, que estabelece a ligação com o parágrafo anterior. Ela deve ser colocada para evidenciar o fato de que os parágrafos se relacionam entre si.

      Trabalhemos agora o terceiro argumento:

      Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico provocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local inabitável.                                                                                                                                                                     

      Observe a expressão Outra preocupação constante colocada no início deste parágrafo. Ela é o elemento de ligação com o parágrafo anterior de Desenvolvimento. Estabelece a conexão entre os argumentos apresentados.
      Para que sua dissertação fique completa, falta apenas elaborar um último parágrafo que se chama Conclusão. Para isso, reafirme, com outras palavras, sua posição já colocada na Introdução.
      Observe:

      Somos levados, portanto, a acreditar que o homem está muito longe de solucionar os graves problemas que afligem direta ou indiretamente a todos nós. É imprescindível que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um mundo mais facilmente habitado pelas gerações futuras.

      Agora, observe a redação construída, integralmente:


Tempos modernos


        No início do terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver, ou mesmo minimizar, graves problemas que atingem populações em vários cantos do mundo. É preciso discutir de forma séria e urgente essas questões; pois, se assim não o for, corremos risco de a vida na Terra piorar ainda mais, se é que é possível piorar.
        Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis – estas mal-distribuídas quer entre estados, quer entre indivíduos –; encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos a falência da solidariedade humana e da colaboração entre as nações.
         Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança, por exemplo, das guerras do Vietnã, da Coréia, na antiga Iugoslávia e da Guerra do Golfo. Atualmente, a guerra no Iraque, promovida pelos Estados Unidos, mantém o estado de preocupação de governos, instituições e, por que não dizer, do cidadão comum.
        Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico provocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local inabitável.   
        Somos levados, portanto, a acreditar que o homem está muito longe de solucionar os graves problemas que afligem direta ou indiretamente a todos nós. É imprescindível que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um mundo mais facilmente habitado pelas gerações futuras.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Leia, por favor, a seguir, uma notícia que acaba de ser publicada na Tribuna da Bahia, de hoje:

Segurança
SSP proíbe Centel de divulgar ocorrências para a imprensaPublicada: 13/01/2011 11:41

“A Secretaria de Segurança Pública (SSP) proibiu a Central de Telecomunicações das Polícias Civil e Militar (Centel), de divulgar informações para a imprensa. O órgão é responsável por todos os registros de ocorrências policiais no estado. Os jornalistas que ligam para a Centel estão sendo informados que as solicitações devem ser feitas à assessoria de comunicação da SSP.

De acordo com atendentes, essa foi a orientação dada através de um memorando entregue na última quarta-feira (12). No entanto, a determinação tende a prejudicar o trabalho da imprensa, visto que a assessoria da SSP trabalha apenas em horário comercial, de segunda a sexta-feira. Já a Centel opera 24 horas por dia, 7 dias por semana, estando disponível para atender integralmente às demandas dos veículos de comunicação.

Um ponto curioso é que as restrições são feitas após os números da violência na Bahia ganharem destaque nacional. Repercutiu em todo o país que o estado registrou 55 assassinatos nos 10 primeiros dias deste ano. O secretário de Segurança Pública, César Nunes, está viajando e só deve discutir o assunto com a assessoria quando voltar. As informações são dos próprios jornalistas que trabalham na área de segurança.”

Após a leitura desta notícia, tem-se a impressão que o ranço do autoritarismo ainda encontra espaço nos poderes públicos do estado. Ficamos a pensar quais seriam os objetivos dessa recomendação... Por exemplo, será que escondendo os números da violência no estado a população se sentirá mais segura?

Refletindo sobre a segurança pública, em Salvador, lembrei-me de um texto dissertativo que produzi sobre a violência no Rio de Janeiro, em 2007, por solicitação de uma turma de alunos que faziam um preparatório para um concurso da Transalvador.

Boa Reflexão!
Insegurança pública

        É notório que o sistema de segurança em vigor, hoje, nas grandes cidades brasileiras já não atende às mínimas condições de proteção para o cidadão comum, aquele que tem por obrigação pagar seus impostos e assegurado o seu direito de viver e de se movimentar, onde bem entender, sem receio de assaltos e violência, mas o que acontece na cidade do Rio de Janeiro já ultrapassou as fronteiras do absurdo.
        As pessoas que moram na ainda Cidade Maravilhosa convivem com uma situação somente comparável, talvez, a países em situação de guerra: são trabalhadores, mães de família, adolescentes que saem de suas casas e correm, constantemente, o risco de sofrerem algum tipo de violência, seja ela física ou psicológica.
        Ao lado disso, existem grupos de policiais, ex-policiais, agentes de segurança que agem em favelas expulsando os traficantes ou servindo de espécie de tropa de choque para oferecer proteção aos moradores. Para obter essa possível segurança, os moradores das favelas pagam um valor para que essas milícias protejam a sua comunidade contra traficantes e marginais. Há casos de comunidades em que, na tentativa de abertura de um local para venda de drogas, as milícias atuam chegando a matar os possíveis traficantes. Variadas são as discussões sobre a ação e o desempenho desses grupos, mas nenhum consenso há entre moradores e órgãos de segurança da cidade.
       Outro fato importante e amplamente noticiado pela mídia foi o envio, recentemente, pelo Governo Federal, de um contingente expressivo da Força Nacional de Segurança Pública, para o Rio de Janeiro, a fim de colaborar com os órgãos de segurança do estado no combate ao crime organizado, o que não deixa de ser um auxílio importante, pois é visível a falta de uma estrutura organizada e eficiente da polícia carioca.
       Não resta dúvida que são ações que tentam de imediato combater o crime organizado, entretanto a dimensão do problema da segurança, no Rio de Janeiro, parece exigir intervenções muito mais profundas do que as oferecidas aos moradores. Pelo menos até agora.

Paulo Jorge de Jesus. Salvador, 28 de janeiro de 2007.