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quarta-feira, 16 de novembro de 2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
sábado, 29 de outubro de 2016
sábado, 15 de outubro de 2016
O Rio e o Oceano
Diz que,
mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo.
Olha pra
trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas,
o longo
caminho sinuoso através das florestas,
através
dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar
nele nada
mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não
há outra maneira. O rio não pode voltar.
Ninguém
pode voltar. Voltar é impossível na existência.
Você pode
apenas ir em frente.
O rio
precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente
quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.
Porque
apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas
tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro é
renascimento. Assim
como nós. Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem! Avance
firme e torne-se Oceano!
Osho
sábado, 8 de outubro de 2016
Como separar sílabas...
A divisão silábica consiste na identificação e delimitação das sílabas
de cada palavra. O conhecimento das regras de divisão silábica é útil
para a translineação das palavras, ou seja, para separá-las no final das
linhas.
Quando houver necessidade da divisão, ela deve ser feita de acordo com as regras abaixo. Por motivos estéticos e de clareza, devem-se evitar vogais isoladas no final ou no início de linhas, como a-sa ou Urugua-i.
Entre as diversas regras existentes, destacam-se:
- Regra geral: Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal.
- Regras práticas:
- ditongos e tritongos pertencem a uma única sílaba: au-tô-no-mo, ou-to-no, di-nhei-ro, sal-dar, dês-mai-a-do, U-ru-guai, i-guais, quais-quer, u-ru-guai-a-na;
- Separam-se grupos formados por ditongo decrescente + vogal (aia, eia, oia, uia, aie, eie, oie, uie, aio, eio, oio, uio, uiu). Ex.: prai-a, tei-a, joi-a, sa-bo-rei-e, es-tei-o, ar-roi-o, con-lui-o, tui-ui-ú. Não confunda com tritongo: tritongo é o encontro de uma semivogal com uma vogal e outra semivogal (SV+V+SV);
- os hiatos são separados em duas sílabas: du-e-to, a-mên-do:a, ca-a-tin-ga, sa-ú-de, flu-ir;
- os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu pertencem a uma única sílaba: chu-va, mo-lha, es-ta-nho, guel-ra, a-que-la, to-cha, fi-lha, ni-nho, que-rer, guei-xa;
- as letras que formam os dígrafos rr, ss, sc, sç, xs, e xc devem ser separadas: bar-ro, as-sun-to, des-cer, nas-ço, es-xu-dar, ex-ce-to, car-ro, nas-cer, dês-ço, ex-ces-so;
- os encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas devem ser separados, excetuando-se aquelas em que a segunda consoante é l ou r: Ex.: ab-do-me, sub-ma-ri-no, ap-ti-dão, dig-no, con-vic-ção, as-tu-to, ap-to, cír-cu-lo, ad-mi-tir, ob-tu-rar; a-pli-ca-ção, a-pre-sen-tar, a-brir, re-tra-to, de-ca-tlo. Exceção: ab-rup-to;
- Os grupos consonantais que iniciam palavras não são separáveis: Ex.: gnós-ti-co, pneu-má-ti-co, mne-mô-ni-co. Lembre-se! Não há sílaba sem vogal;
- Separam-se as vogais idênticas aa, ee, ii, oo, uu e os grupos consonantais cc, cç. Ex.: Sa-a-ra, com-pre-en-do, xi-i-ta, vo-o, pa-ra-cu-u-ba; oc-ci-pi-tal, in-te-lec-ção;
- Na divisão silábica, não se levam em conta os elementos mórficos das palavras (prefixos, radicais, sufixos: in, a, dês, intra, pré, supra, semi, etc.). Ex.: de-sa-ten-to, di-sen-te-ri-a, tran-sa-tlân-ti-co, su-ben-ten-di-do. Uma vez incorporado à alguma palavra, esses elementos mórficos passam a fazer parte da nova palavra. Portanto, obedecem às regras gerais;
- Nunca uma sílaba terminará em consoante se a seguinte se iniciar por vogal. A consoante sempre se ligará à vogal subsequente. Ex.: sub-lin-gual, su-ben-ten-der, dis-fun-ção, di-sen-te-ri-a, su-per-mer-ca-do, su-pe-ra-mi-go;
Na
translineação (partição das palavras em fim de linha), além das normas
estabelecidas para a divisão silábica, seguir-se-ão os seguintes
critérios:
- Dissílabos como ai, sai, ato, rua, ódio, unha, etc., não devem ser partidos, para que uma letra não fique isolada no fim ou no início da linha;
- Na partição de palavras de mais de duas sílabas, não se isola sílaba de uma só vogal: agos-to (e não a-gosto), La-goa (e não lago-a), ida-de (e não i-dade);
- Na partição de compostos hifenizados, ao translinear, repetir-se-á o hífen quando a seção da palavra coincidir com o final de um dos elementos do vocábulo composto. (cf. Novo acordo Ortográfico da Língua Portuguesa). Ex.: saca-/-rolhas, melão-de-/-são-caetano, Maria-vai-/-com-as-outras.
- Não se deve, em final ou início de linha, quando a separação for efetivada, formar-se palavra estranha ao contexto. Não quer dizer aqui que essas separações silábicas sejam erradas; é uma simples questão de elegância de estilo. Ex.: presi-/-dente, samam-/-baia.
Retirado do site: http://www.gramaticaparaconcursos.com
sábado, 1 de outubro de 2016
Terna e provocadora, a poesia de Vitor Moura é um afago a nossa eterna rebeldia.
Salve, Vitor!
Poesia
Que seja!
Eu que não me rendo,
não me entrego.
Não banho-me em ouro,
em dor
ou sacrifício.
Sou o que soa:
harmônico
ou dissonante.
Por este viés,
sou cheio de mim,
sou completo.
E se indagas minha pele,
meu corpo
e meu cabelo,
te convido
a aprofundar-te
em meu olhar.
Exijo que reconheça
a harmonia
em me pertencer.
Ordeno que enxergue
o orgulho
em ser dono de mim,
em ser
o que eu quiser ser,
quando quiser.
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
Partido de
programa
SÃO PAULO -
O PMDB resolveu pensar. Eis aí uma notícia: o partido que se confunde com a
política do pragmatismo cego está disposto a apresentar sua visão sobre o
futuro do Brasil. A legenda que virou sinônimo de oportunismo e fisiologia no
país teria percebido agora que lhe falta um lastro (ou lustro) doutrinário.
Ora, o PMDB não precisa de um programa de governo, mas de um manual de conduta.
Ainda assim, Michel Temer encomendou ao partido um texto que não seja de
"extremos", e sim "moderado para o Brasil". É até divertido
o contraste entre uma prática tão voraz e a retórica da "moderação".
Além disso, a ideia de que o aliado servirá de freio a eventuais radicalismos
do PT na formulação do governo Dilma Rousseff soa apenas como manobra
diversionista para desviar das reais motivações de uma aliança que Ciro Gomes
batizou de "roçado de escândalos".
A escassez de ideias, de bandeiras e de lideranças não é, no caso do
PMDB, um problema, mas a condição para que ele seja o que é.
Como o partido, à medida que engordou, perdeu sua massa crítica (e encefálica), teve que recorrer a um serviço de "sábios delivery" para pensar o país. E nada sintetiza melhor o fundo farsesco desse esforço programático do que a presença de Roberto Mangabeira Unger entre os neopeemedebistas pensantes.
Mangabeira – diga-se logo – é um intelectual de grande envergadura, criado no ambiente da esquerda liberal norte-americana. Mas suas ideias, embora originais, foram sendo tragadas pelo ridículo de suas incursões desastradas na vida política – uma mistura de voluntarismo ingênuo com oportunismo feroz.
Mangabeira já foi brizolista, já apoiou Ciro à Presidência, já se lançou por um partido nanico ao Planalto, já disse que o governo Lula era o mais corrupto da história e já foi, depois disso, ministro de Lula. Com essa trajetória, faz sentido que esse Professor Pardal itinerante e sempre disposto a salvar o Brasil esteja agora a serviço do PMDB.
Fernando de Barros e Silva, Folha de
S. Paulo. 24 de março de 2010.
Charge retirada de: www.simancablog.blogspot.com.
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Aí galera, Esse email é de Claudinei,
mas aqui é Jonilso que está falando.
É porque eu não tenho email, aí ele me liberou para escrever no dele. E eu quero falar é sobre isso mesmo: email. O problema é o seguinte: outro dia eu estava procurando um serviço no jornal aí eu vi lá uma vaga na loja de computador. Aí eu fui lá ver o que era mesmo. Botei uma roupa bonita que eu tenho, joguei meu sapato chique e fui lá. Aí eu cheguei lá, fiz a ficha que a mulher me deu e fiquei lá esperando. Moreno de gravata e etc., eu só "nada... estou com medo nada!". Aí, eu estou lá sentado, para, aí a mulher me chama para entrevista, lá na sala dela. Ela é muito boa! Entrei na sala dela, sentei, para, aí ela começou: a mulher perguntou coisa como o que eu não sabia responder, se eu sabia fazer alguma coisa sobre isso e eu só "sim senhora, que eu já trabalhei nisso e naquilo", jogando 171 na mulher e ela comendo legal!
Aí ela parou assim, olhou pra ficha e mim perguntou mesmo assim: "você mora aí, é?", aí eu disse "é". Só que eu não sou menino, botei o endereço de um amigo meu e o telefone, que eu já tinha dado a idéia pra ele que se ela ligasse para ele, ele dizia que eu sou irmão dele e que eu tinha saído, para ela deixar recado, que aí era o tempo dele ligar para o orelhão do bar lá da rua e falar comigo ou deixar o recado que a galera lá dá. Eu não vou dá meu endereço que eu moro em um lugar longe! Aí a mulher vai pensar o quê? Vai pensar que eu sou vagabundo também, não é pai... Nada! Aí, estava. A mulher só perguntando e eu jogando um "h" na mulher, e ela gostando ... se abrindo toda... mulher boa é essa! Aí ela mim disse mesmo assim: "olhe, mim dê seu email que aí quando for para lhe chamar... - a mulher já iria me chamar já - ... quando for para lhe chamar, eu lhe mando um email". Aí eu digo "e agora?O que eu faço". Aí eu disse a ela mesmo assim "olhe, eu vou lhe dar o email de um vizinho meu para a senhora, que ele tem computador, aí ele mim avisa". Mentira, que o rapaz mora muito longe e o computador e é lá do trabalho dele, aí ele iria ter que mim avisar pelo telefone lá da rua.
Aí, depois quando eu disse isso, a mulher empenou. Sem mentira nenhuma, ela me disse mesmo assim: "aí, não! como é que você quer trabalhar na loja de computador e não tem email?". Aí ela bateu no meu ombro assim e disse "Olhe, hoje em dia, quem não tem email ximba!". Falou mesmo assim, a mulher! Mas aí, eu ia fazer o que, não tinha saída?
Aí uns dias depois eu acabei conseguindo um serviço de ajudante de pedreiro: pegava muito no batente! Eu pego 7 horas da manhã e leva direto, de 7 a 7 horas, aí meio dia para, para almoçar, comida fria por demais, e acabou o almoço não descansa não, volta para o serviço. É, muito trabalhoso... é muito mesmo. É por isso que eu digo, é como a mulher disse: "quem não tem email ximba, rapaz!". É isso aí. Os rapazes que não receberam esse email vão ximbar, mesmo, dando muito trabalho, quando chegar o fim do mês, receber muito pouco. Agora para você que recebeu esse email, eu vou lhe dá a idéia, vá lá na loja que ainda tem a vaga! Já fui!
Esse email é de Claudinei, mas aqui é Jonilso que está falando.
Valeu!
É porque eu não tenho email, aí ele me liberou para escrever no dele. E eu quero falar é sobre isso mesmo: email. O problema é o seguinte: outro dia eu estava procurando um serviço no jornal aí eu vi lá uma vaga na loja de computador. Aí eu fui lá ver o que era mesmo. Botei uma roupa bonita que eu tenho, joguei meu sapato chique e fui lá. Aí eu cheguei lá, fiz a ficha que a mulher me deu e fiquei lá esperando. Moreno de gravata e etc., eu só "nada... estou com medo nada!". Aí, eu estou lá sentado, para, aí a mulher me chama para entrevista, lá na sala dela. Ela é muito boa! Entrei na sala dela, sentei, para, aí ela começou: a mulher perguntou coisa como o que eu não sabia responder, se eu sabia fazer alguma coisa sobre isso e eu só "sim senhora, que eu já trabalhei nisso e naquilo", jogando 171 na mulher e ela comendo legal!
Aí ela parou assim, olhou pra ficha e mim perguntou mesmo assim: "você mora aí, é?", aí eu disse "é". Só que eu não sou menino, botei o endereço de um amigo meu e o telefone, que eu já tinha dado a idéia pra ele que se ela ligasse para ele, ele dizia que eu sou irmão dele e que eu tinha saído, para ela deixar recado, que aí era o tempo dele ligar para o orelhão do bar lá da rua e falar comigo ou deixar o recado que a galera lá dá. Eu não vou dá meu endereço que eu moro em um lugar longe! Aí a mulher vai pensar o quê? Vai pensar que eu sou vagabundo também, não é pai... Nada! Aí, estava. A mulher só perguntando e eu jogando um "h" na mulher, e ela gostando ... se abrindo toda... mulher boa é essa! Aí ela mim disse mesmo assim: "olhe, mim dê seu email que aí quando for para lhe chamar... - a mulher já iria me chamar já - ... quando for para lhe chamar, eu lhe mando um email". Aí eu digo "e agora?O que eu faço". Aí eu disse a ela mesmo assim "olhe, eu vou lhe dar o email de um vizinho meu para a senhora, que ele tem computador, aí ele mim avisa". Mentira, que o rapaz mora muito longe e o computador e é lá do trabalho dele, aí ele iria ter que mim avisar pelo telefone lá da rua.
Aí, depois quando eu disse isso, a mulher empenou. Sem mentira nenhuma, ela me disse mesmo assim: "aí, não! como é que você quer trabalhar na loja de computador e não tem email?". Aí ela bateu no meu ombro assim e disse "Olhe, hoje em dia, quem não tem email ximba!". Falou mesmo assim, a mulher! Mas aí, eu ia fazer o que, não tinha saída?
Aí uns dias depois eu acabei conseguindo um serviço de ajudante de pedreiro: pegava muito no batente! Eu pego 7 horas da manhã e leva direto, de 7 a 7 horas, aí meio dia para, para almoçar, comida fria por demais, e acabou o almoço não descansa não, volta para o serviço. É, muito trabalhoso... é muito mesmo. É por isso que eu digo, é como a mulher disse: "quem não tem email ximba, rapaz!". É isso aí. Os rapazes que não receberam esse email vão ximbar, mesmo, dando muito trabalho, quando chegar o fim do mês, receber muito pouco. Agora para você que recebeu esse email, eu vou lhe dá a idéia, vá lá na loja que ainda tem a vaga! Já fui!
Esse email é de Claudinei, mas aqui é Jonilso que está falando.
Valeu!
Jonilso
http://vidadeumagarotaamiga.blogspot.com.br
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
10 erros imperdoáveis no Enem

A 10 semanas do vestibular mais importante do país (o Enem),
o mergulho nos estudos deve ser intenso e contínuo. E saber o que é
imprescindível estudar é fundamental para maximizar a pontuação e ajudar
a organizar a rotina de estudos.
O gerente pedagógico e professor de português do Descomplica (plataforma de ensino online) Eduardo Valladares, enumera 10 erros, que podem impedir ou dificultar a obtenção de uma vaga nos vestibulares mais disputados do país, além do Enem.
1) A (preposição, tempo futuro, distância) em lugar de Há (tempo decorrido ou sentido de existir)
Correto:
-- Não o vejo há muitos anos
-- Há meninas brincando no jardim
-- O colégio fica a três quadras daqui
-- Daqui a alguns anos, iremos nos reencontrar
2) Haver (sentido de existir) em lugar de A ver (ter relação com)
Correto:
-- Esse vestido não tem nada a ver com meu estilo
-- Deve haver uma forma de solucionarmos este problema.
3) À medida que (proporção) em lugar de Na medida em que (locução causal):
Correto:
-- À medida que caminhávamos, mais ficávamos cansados
-- Perdi dois quilos em uma semana, na medida em que fiz uma reeducação alimentar
4) Não separar o sujeito do predicado por vírgulas é um erro grave.
5) A crase não deve ser usada antes de palavras no masculino, verbos no infinitivo ou pronomes.
6) Começar uma conclusão com as expressões “para concluir”, “concluindo”.
7) Fazer referências ao próprio texto ao longo da escrita.
8) Não esquecer a preposição em casos obrigatórios de regência verbal.
9) Errar a concordância utilizada pela norma culta.
10) Trocar os valores empregados pelas conjunções.
O gerente pedagógico e professor de português do Descomplica (plataforma de ensino online) Eduardo Valladares, enumera 10 erros, que podem impedir ou dificultar a obtenção de uma vaga nos vestibulares mais disputados do país, além do Enem.
1) A (preposição, tempo futuro, distância) em lugar de Há (tempo decorrido ou sentido de existir)
Correto:
-- Não o vejo há muitos anos
-- Há meninas brincando no jardim
-- O colégio fica a três quadras daqui
-- Daqui a alguns anos, iremos nos reencontrar
2) Haver (sentido de existir) em lugar de A ver (ter relação com)
Correto:
-- Esse vestido não tem nada a ver com meu estilo
-- Deve haver uma forma de solucionarmos este problema.
3) À medida que (proporção) em lugar de Na medida em que (locução causal):
Correto:
-- À medida que caminhávamos, mais ficávamos cansados
-- Perdi dois quilos em uma semana, na medida em que fiz uma reeducação alimentar
4) Não separar o sujeito do predicado por vírgulas é um erro grave.
5) A crase não deve ser usada antes de palavras no masculino, verbos no infinitivo ou pronomes.
6) Começar uma conclusão com as expressões “para concluir”, “concluindo”.
7) Fazer referências ao próprio texto ao longo da escrita.
8) Não esquecer a preposição em casos obrigatórios de regência verbal.
9) Errar a concordância utilizada pela norma culta.
10) Trocar os valores empregados pelas conjunções.
Foto: Andibreit/Pixabay/Creative Commons
http://www.tribunadabahia.com.br/2016/09/08/10-erros-imperdoaveis-no-enem
http://www.tribunadabahia.com.br/2016/09/08/10-erros-imperdoaveis-no-enem
sábado, 3 de setembro de 2016
Carta a um jovem poeta
Rainer Maria Rilke
Paris, 17 de fevereiro de 1903.
Prezadíssimo
Senhor,
Sua carta alcançou-me apenas há poucos dias. Quero agradecer-lhe a grande e amável confiança. Pouco mais posso fazer. Não posso entrar em considerações acerca da feição de seus versos, pois sou alheio a toda e qualquer intenção crítica. Não há nada menos apropriado para tocar numa obra de arte do que palavras de crítica, que sempre resultam em mal-entendidos mais ou menos felizes. As coisas estão longe de ser todas tão tangíveis e dizívies quanto se nos pretenderia fazer crer; a maior parte dos acontecimentos é inexprimível e ocorre num espaço em que nenhuma palavra nunca pisou. Menos suscetíveis de expressão do que qualquer outra coisa são as obras de arte, — seres misteriosos cuja vida perdura, ao lado da nossa, efêmera.
Depois de feito este reparo, dir-lhe-ei ainda que seus versos não possuem feição própria, somente acenos discretos e velados de personalidade. É o que sinto com a maior clareza no último poema Minha alma. Aí, algo de peculiar procura expressão e forma. No belo poema A Leopardi talvez uma espécie de parentesco com esse grande solitário esteja apontando. No entanto, as poesias nada têm ainda de próprio e de independente, nem mesmo a última, nem mesmo a dirigida a Leopardi. Sua amável carta que as acompanha não deixou de me explicar certa insuficiência que senti ao ler seus versos sem que a pudesse definir explicitamente. Pergunta se os seus versos são bons. Pergunta-o a mim, depois de o ter perguntado a outras pessoas. Manda-os a periódicos, compara-os com outras poesias e inquieta-se quando suas tentativas são recusadas por um ou outro redator. Pois bem — usando da licença que me deu de aconselhá-lo — peço-lhe que deixe tudo isso. O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. Ninguém o pode aconselhar ou ajudar, — ninguém. Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite: "Sou mesmo forçado a escrever?” Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, dizer o que vê, vive, ama e perde. Não escreva poesias de amor. Evite de início as formas usais e demasiado comuns: são essas as mais difíceis, pois precisa-se de uma força grande e amadurecida para se produzir algo de pessoal num domínio em que sobram tradições boas, algumas brilhantes. Eis por que deve fugir dos motivos gerais para aqueles que a sua própria existência cotidiana lhe oferece; relate suas mágoas e seus desejos, seus pensamentos passageiros, sua fé em qualquer beleza — relate tudo isto com íntima e humilde sinceridade. Utilize, para se exprimir, as coisas do seu ambiente, as imagens dos seus sonhos e os objetos de sua lembrança. Se a própria existência cotidiana lhe parecer pobre, não a acuse. Acuse a si mesmo, diga consigo que não é bastante poeta para extrair as suas riquezas. Para o criador, com efeito, não há pobreza nem lugar mesquinho e indiferente. Mesmo que se encontrasse numa prisão, cujas paredes impedissem todos os ruídos do mundo de chegar aos seus ouvidos, não lhe ficaria sempre sua infância, esta esplêndida e régia riqueza, esse tesouro de recordações? Volte a atenção para ela. Procure soerguer as sensações submersas deste longínquo passado: sua personalidade há de reforçar-se, sua solidão há de alargar-se e transformar-se numa habitação entre o lusco e fusco diante do qual o ruído dos outros passa longe, sem nela penetrar. Se depois desta volta para dentro, deste ensimesmar-se, brotarem versos, não mais pensará em perguntar seja a quem for se são bons. Nem tão pouco tentará interessar as revistas por esses seus trabalhos, pois há de ver neles sua querida propriedade natural, um pedaço e uma voz de sua vida. Uma obra de arte é boa quando nasceu por necessidade. Neste caráter de origem está o seu critério, — o único existente. Também, meu prezado Senhor, não lhe posso dar outro conselho fora deste: entrar em si e examinar as profundidades de onde jorra sua vida; na fonte desta é que encontrará resposta à questão de saber se deve criar. Aceite-a tal como se lhe apresentar à primeira vista sem procurar interpretá-la. Talvez venha significar que o Senhor é chamado a ser um artista. Nesse caso aceite o destino e carregue-o com seu peso e a sua grandeza, sem nunca se preocupar com recompensa que possa vir de fora. O criador, com efeito, deve ser um mundo para si mesmo e encontrar tudo em si e nessa natureza a que se aliou.
Mas talvez se dê o caso de, após essa decida em si mesmo e em seu âmago solitário, ter o Senhor de renunciar a se tornar poeta. (Basta como já disse, sentir que se poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de fazê-lo). Mesmo assim, o exame de sua consciência que lhe peço não terá sido inútil. Sua vida, a partir desse momento, há de encontrar caminhos próprios. Que sejam bons, ricos e largos é o que lhe desejo, muito mais do que lhe posso exprimir.
Que mais lhe devo dizer? Parece-me que tudo foi acentuado segundo convinha. Afinal de contas, queria apenas sugerir-lhe que se deixasse chegar com discrição e gravidade ao termo de sua evolução. Nada a poderia perturbar mais do que olhar para fora e aguardar de fora respostas a perguntas a que talvez somente seu sentimento mais íntimo possa responder na hora mais silenciosa.
Foi com alegria que encontrei em sua carta o nome do professor Horacek; guardo por este amável sábio uma grande estima e uma gratidão que desafia os anos. Fale-lhe, por favor, neste meu sentimento. É bondade dele lembrar-se ainda de mim; e eu sei apreciá-la.
Restituo-lhe ao mesmo tempo os versos que me veio confiar amigavelmente. Agradeço-lhe mais uma vez a grandeza e a cordialidade de sua confiança. Procurei por meio desta resposta sincera, feita o melhor que pude, tornar-me um pouco mais digno dela do que realmente sou, em minha qualidade de estranho.
Com todo o devotamento e toda a simpatia,
Sua carta alcançou-me apenas há poucos dias. Quero agradecer-lhe a grande e amável confiança. Pouco mais posso fazer. Não posso entrar em considerações acerca da feição de seus versos, pois sou alheio a toda e qualquer intenção crítica. Não há nada menos apropriado para tocar numa obra de arte do que palavras de crítica, que sempre resultam em mal-entendidos mais ou menos felizes. As coisas estão longe de ser todas tão tangíveis e dizívies quanto se nos pretenderia fazer crer; a maior parte dos acontecimentos é inexprimível e ocorre num espaço em que nenhuma palavra nunca pisou. Menos suscetíveis de expressão do que qualquer outra coisa são as obras de arte, — seres misteriosos cuja vida perdura, ao lado da nossa, efêmera.
Depois de feito este reparo, dir-lhe-ei ainda que seus versos não possuem feição própria, somente acenos discretos e velados de personalidade. É o que sinto com a maior clareza no último poema Minha alma. Aí, algo de peculiar procura expressão e forma. No belo poema A Leopardi talvez uma espécie de parentesco com esse grande solitário esteja apontando. No entanto, as poesias nada têm ainda de próprio e de independente, nem mesmo a última, nem mesmo a dirigida a Leopardi. Sua amável carta que as acompanha não deixou de me explicar certa insuficiência que senti ao ler seus versos sem que a pudesse definir explicitamente. Pergunta se os seus versos são bons. Pergunta-o a mim, depois de o ter perguntado a outras pessoas. Manda-os a periódicos, compara-os com outras poesias e inquieta-se quando suas tentativas são recusadas por um ou outro redator. Pois bem — usando da licença que me deu de aconselhá-lo — peço-lhe que deixe tudo isso. O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. Ninguém o pode aconselhar ou ajudar, — ninguém. Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite: "Sou mesmo forçado a escrever?” Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Sua vida, até em sua hora mais indiferente e anódina, deverá tornar-se o sinal e o testemunho de tal pressão. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o primeiro homem, dizer o que vê, vive, ama e perde. Não escreva poesias de amor. Evite de início as formas usais e demasiado comuns: são essas as mais difíceis, pois precisa-se de uma força grande e amadurecida para se produzir algo de pessoal num domínio em que sobram tradições boas, algumas brilhantes. Eis por que deve fugir dos motivos gerais para aqueles que a sua própria existência cotidiana lhe oferece; relate suas mágoas e seus desejos, seus pensamentos passageiros, sua fé em qualquer beleza — relate tudo isto com íntima e humilde sinceridade. Utilize, para se exprimir, as coisas do seu ambiente, as imagens dos seus sonhos e os objetos de sua lembrança. Se a própria existência cotidiana lhe parecer pobre, não a acuse. Acuse a si mesmo, diga consigo que não é bastante poeta para extrair as suas riquezas. Para o criador, com efeito, não há pobreza nem lugar mesquinho e indiferente. Mesmo que se encontrasse numa prisão, cujas paredes impedissem todos os ruídos do mundo de chegar aos seus ouvidos, não lhe ficaria sempre sua infância, esta esplêndida e régia riqueza, esse tesouro de recordações? Volte a atenção para ela. Procure soerguer as sensações submersas deste longínquo passado: sua personalidade há de reforçar-se, sua solidão há de alargar-se e transformar-se numa habitação entre o lusco e fusco diante do qual o ruído dos outros passa longe, sem nela penetrar. Se depois desta volta para dentro, deste ensimesmar-se, brotarem versos, não mais pensará em perguntar seja a quem for se são bons. Nem tão pouco tentará interessar as revistas por esses seus trabalhos, pois há de ver neles sua querida propriedade natural, um pedaço e uma voz de sua vida. Uma obra de arte é boa quando nasceu por necessidade. Neste caráter de origem está o seu critério, — o único existente. Também, meu prezado Senhor, não lhe posso dar outro conselho fora deste: entrar em si e examinar as profundidades de onde jorra sua vida; na fonte desta é que encontrará resposta à questão de saber se deve criar. Aceite-a tal como se lhe apresentar à primeira vista sem procurar interpretá-la. Talvez venha significar que o Senhor é chamado a ser um artista. Nesse caso aceite o destino e carregue-o com seu peso e a sua grandeza, sem nunca se preocupar com recompensa que possa vir de fora. O criador, com efeito, deve ser um mundo para si mesmo e encontrar tudo em si e nessa natureza a que se aliou.
Mas talvez se dê o caso de, após essa decida em si mesmo e em seu âmago solitário, ter o Senhor de renunciar a se tornar poeta. (Basta como já disse, sentir que se poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de fazê-lo). Mesmo assim, o exame de sua consciência que lhe peço não terá sido inútil. Sua vida, a partir desse momento, há de encontrar caminhos próprios. Que sejam bons, ricos e largos é o que lhe desejo, muito mais do que lhe posso exprimir.
Que mais lhe devo dizer? Parece-me que tudo foi acentuado segundo convinha. Afinal de contas, queria apenas sugerir-lhe que se deixasse chegar com discrição e gravidade ao termo de sua evolução. Nada a poderia perturbar mais do que olhar para fora e aguardar de fora respostas a perguntas a que talvez somente seu sentimento mais íntimo possa responder na hora mais silenciosa.
Foi com alegria que encontrei em sua carta o nome do professor Horacek; guardo por este amável sábio uma grande estima e uma gratidão que desafia os anos. Fale-lhe, por favor, neste meu sentimento. É bondade dele lembrar-se ainda de mim; e eu sei apreciá-la.
Restituo-lhe ao mesmo tempo os versos que me veio confiar amigavelmente. Agradeço-lhe mais uma vez a grandeza e a cordialidade de sua confiança. Procurei por meio desta resposta sincera, feita o melhor que pude, tornar-me um pouco mais digno dela do que realmente sou, em minha qualidade de estranho.
Com todo o devotamento e toda a simpatia,
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