terça-feira, 3 de julho de 2018

Como argumentar...



Observe: argumentar é persuadir. Persuadir é tentar convencer. Convencer é vencer juntos. Ou seja, para conseguir a adesão do leitor à tese (ponto de vista, proposição) sobre determinada tema, o produtor textual produzirá um roteiro cognitivo que, talvez, ele nem se dê conta, mas que é imprescindível para alcançar o seu objetivo.

O texto dissertativo-argumentativo, como sabemos, é um gênero característico da área científica, que tem como objetivo modificar ou manter o pensamento do leitor em relação a um assunto, por isso as estratégias argumentativas a serem utilizadas são fundamentais para que o autor consiga o seu intento.

As estratégias argumentativas dizem respeito, por exemplo, à variante e ao repertório linguísticos a serem utilizados. Deve-se usar a modalidade padrão da língua e um vocabulário culto e variado. A oralidade será aceita, por exemplo, se ela vier como recurso irônico.

A clareza é outra estratégia que deve ser perseguida pelo autor; pois, se o texto proporcionar dificuldade de entendimento ao leitor, esteja certo que este não irá aderir a tese daquele. Aliás, a própria progressão textual também colabora com a engenharia argumentativa do texto.

Já os tipos de argumentação se referem aos modos dizer que irão persuadir o leitor. 

Veja os mais recorrentes:


Autoridade: utiliza-se o pensamento de alguém com referência no assunto abordado.
Ex. Quando expôs suas esculturas de corpos humanos em São Paulo, no ano passado, o artista inglês Antony Gormley comentou numa entrevista que lhe chamara à atenção a presença constante de pessoas estendidas pelas ruas do centro da cidade.

Causa e consequência: a argumentação é aceita por ser causa ou consequência de algum dado fornecido.
Ex. As pessoas que moram na ainda Cidade Maravilhosa convivem com situação somente comparável, talvez, a países em situação de guerra: são trabalhadores, mães de família, adolescentes que saem de suas casas e correm, constantemente, o risco de sofrerem algum tipo de violência, seja ela física ou psicológica.

– Comparação: estabelece o confronto entre duas realidades diferentes.
Ex. Atualmente, no Brasil e no Chile, fervilham movimentações por direitos sociais. Enquanto em nosso país vizinho estudantes vão às ruas pela melhoria do ensino público, aqui, ainda se busca o direito a condições mínimas de saúde, educação, segurança e decência política.

– Evidência: pretende-se conquistar o leitor por meio de provas.
Ex. De acordo com pesquisas veiculadas recentemente pela mídia, muitas pessoas estão deixando a linha de pobreza. Isto pode significar que exista um avanço na economia.

– Exemplificação: fatos contribuem para justificar a tese do produtor textual.
Ex. Grande parte da população invade as ruas por melhorias sociais, dentre elas a condenação daqueles envolvidos com a corrupção. Também seria um bom momento para pensarmos sobre nossas ações em furar filas, avançar sinais e outros pequenos deslizes.

– Princípio: a justificativa é um princípio, ou seja, uma crença pessoal baseada numa constatação (lógica, científica, ética, estética etc.) aceita como verdadeira e de validade universal.
Ex. A derrubada dos índices de mortalidade infantil exige tempo, trabalho e planejamento. E se o índice de mortalidade infantil de São Caetano do Sul, em São Paulo, foi o que mais caiu no país, conclui-se que esse foi o município do País que mais investiu tempo, trabalho e planejamento na área.

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