Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a conexão em rede não ensina a dialogar, pois os usuários da internet tendem a se aglomerar em nichos cujo “único som que escutam é o eco de suas próprias vozes”. Nesse sentido, a cultura do cancelamento nas redes sociais (TEMA) se torna um reflexo desses nichos, haja vista que essa ação possui alto teor ideológico, o que a torna, em muitos casos, ofensiva. Assim, é legítimo afirmar que essa movimentação social é nociva devido ao radicalismo ideológico social e a omissão do governo em relação aos ataques na internet. (TESE)
A priori, a sociedade civil organizada é responsável pela toxidade da cultura do cancelamento nas mídias sociais, haja vista o radicalismo ideológico dos indivíduos, os quais, por estarem absortos em suas convicções, não conseguem diferenciar a crítica construtiva do ataque ofensivo. (ARG. 1) (INTRODUÇÃO) Sob esse viés, o filósofo Umberto Eco aponta que “as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis”, ou seja, na internet qualquer um pode expressar sua opinião livremente, mesmo que isso difame o outro. (DESENVOLVIMENTO) Portanto, o terceiro setor também deve atuar para garantir um ambiente virtual saudável, fortalecendo a estrutura societária em virtude de uma ação cidadã plena. (CONCLUSÃO)
Outrossim, para que a cultura do cancelamento em rede se torne realmente um instrumento de crítica benigna, o governo deve destinar verbas específicas para a fiscalização e a punição de ataques na internet, senão perder-se-á uma importante ferramenta de desenvolvimento crítico social. (INTRODUÇÃO) Sob essa perspectiva, o sociólogo Pierre Bourdieu pontua a “violência simbólica”, a qual se funda na fabricação contínua de crenças sociais que induzem o indivíduo a se posicionar a partir de critérios e padrões do discurso dominante (ARG. 2) e, consequentemente, ocorre uma naturalização da dialética entre opressores e oprimidos, ou seja, o ataque ofensivo e difamatório na internet é uma forma de violência simbólica devido ao seu impacto psicológico na pessoa cancelada. (DESENVOLVIMENTO) Logo, é função do Estado verificar postagens que possam gerar danos diretos a outros indivíduos. (CONCLUSÃO)
Destarte, cabe ao Estado e à sociedade civil (QUEM) organizada formularem, acompanharem e avaliarem mudanças necessárias às políticas públicas ligadas à cultura do cancelamento. (O QUE) Por meio de um aplicativo gratuito, os cidadãos indicarão postagens ofensivas nas redes e subsidiarem o governo com informações a serem tomadas. (COMO) Para isso, essa plataforma digital contará com uma interface amigável que facilitará a usabilidade dos usuários. (DETALHAMENTO) Desse modo, a interlocução entre as esferas estatal e privada terá menos ruídos, garantindo que a cultura do do cancelamento nas redes sociais se torne algo didático e amigável. (PARA QUE)
Prof. Paulo Jorge
Obs.: Os conectivos estão em vermelho e em negrito.
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