domingo, 24 de junho de 2018

Como começar uma redação...



Das três partes que compõem a estrutura dos textos científicos – introdução, desenvolvimento e conclusão –, alguns produtores textuais têm a Introdução como aquela que lhes traz maior tensão no ato inicial da escrita. Em princípio, isso seria esperado apenas no momento de elaboração dos argumentos. Mas...

A Introdução apresenta ao leitor o tema e a tese (ponto de vista) que o produtor textual defende em relação ao assunto. Já os argumentos, que darão suporte à tese defendida pelo autor, devem fazer parte do Desenvolvimento.

Para textos dissertativo-argumentativos a serem escritos com, em média, trinta linhas, recomenda-se a construção de apenas um parágrafo, em torno de quatro a cinco linhas.  E se este momento inicial costuma bloquear a sua criatividade, sugerimos algumas formas de você dar vazão a ela. Veja:
  

a) Declaração

Ex. É um grande equívoco a descriminalização das drogas. Nossos governos e a sociedade parecem não vislumbrar uma situação social que, certamente, trará problemas muitos mais graves que os atuais, com a possibilidade de se tornarem insanáveis.

b) Divisão

Ex. De um lado, adolescentes que se utilizam das redes sociais, com um desenvolvimento de causar inveja aos velhos, se utilizando de uma linguagem rápida, codificada e eficiente; de outro, professores temerosos de que essa forma de grafar vá até a sala de aula. Um pouco de atenção e análise fará o temor dos educadores vir por água abaixo.

c) Pergunta

Ex. Será que a transposição do rio São Francisco trará, efetivamente, para os nordestinos os benefícios que asseguram seus idealizadores? Não haveria outra forma de se conseguir esse objetivo sem trazer danos à natureza e aos habitantes das áreas ribeirinhas?

d) Frase nominal

Ex. Um caos. É o que se pode concluir das cidades brasileiras que estão recebendo, quase que diariamente, milhares de imigrantes vindos do Haiti, da Colômbia e de outros países da América do Sul. Seja fugindo das intempéries da natureza ou buscando crescimento profissional o fato é que esses imigrantes estão trazendo sérios problemas a algumas cidades brasileiras.

e) Citação direta

Ex. “Você não precisa queimar livros para destruir uma cultura. Basta fazer com que as pessoas parem de lê-los.” A frase do escritor norte-americano Ray Bradbury ilustra com maestria a contribuição incalculável que os livros possuem para a construção de nossas sociedades.

f) Citação indireta

Ex. Quando disse que os limites da sua linguagem denotam os limites do seu mundo, o filósofo norte-americano Wittgenstein evidenciou a importância que a linguagem possui não só para o desenvolvimento pessoal do indivíduo, mas sim da própria humanidade.

g) Adjetivação

Ex. Ineficaz. É o mínimo que se pode dizer sobre a política dos governos federal e estadual diante do aumento avassalador da violência nas grandes e médias cidades brasileiras. As ações realizadas até aqui não conseguem sequer minimizar a tensão vivida pelos seus habitantes.

h) Referência às Artes

Ex. Esperando encontrar um doador para o transplante de coração, o personagem Paulo, do filme 21 Gramas, representa o protótipo de alguém que necessita de uma doação de órgãos: uma luta diária regada a dor e a suspense. No Brasil, muitos “encenam esse filme”, pois o nível de doação se encontra aquém do esperado, enquanto a procura continua com alto índice nas estatísticas, e isso precisa mudar o mais rápido possível.

i) Contextualização histórica

Ex. Devido à sua natureza social, o ser humano, durante toda a sua história, dependeu dos relacionamentos para conviver em comunidade e assim transformar o mundo. Hoje, as redes sociais na internet adquirem extrema importância, visto que são os principais meios através dos quais as pessoas se relacionam diariamente.

Atualmente, concursos e exames – como o ENEM – dispensam a presença de um título. Se houver exigência, elabore um enunciado curto e criativo que sirva, não de adorno ao texto, mas sim para despertar o interesse do leitor.

sábado, 9 de junho de 2018

O Esporte e a Sociedade Brasileira


Durante a ditadura militar brasileira, o futebol foi utilizado como instrumento de propaganda política. Após transformações político-sociais no país, a função do esporte foi modificada. Entretanto, ainda assim, há situações em que é praticado de forma errônea, tornando necessária a tomada de medidas.

É perceptível a importância do esporte na vida da população. Ao praticar exercícios físicos, além de emagrecer, previnem-se diversas doenças, tais como as cardíacas, o colesterol, a depressão, o diabetes, entre outras. Já no âmbito coletivo, a atividade esportiva serve de inclusão social, uma vez que é um meio de entretenimento no qual vínculos de amizades são criados. Além disso, como é simbolizado na bandeira olímpica, o esporte também é responsável por unir povos de culturas distintas.

Apesar disso, existem casos em que a violência, o preconceito e a intolerância fazem-se presentes, divergindo de seu objetivo principal. Em Barcelona, durante uma partida de futebol, o jogador Daniel Alves foi alvo de racismo quando jogaram uma banana no campo. Logo, visto que tal postura é inaceitável, nota-se que ainda há impasses a serem resolvidos.

Diante disso, a fim de preservar a importância esportiva de integração, é preciso que haja uma mudança de postura na sociedade. De acordo com Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Assim sendo, o MEC deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos que discutam o combate à discriminação em meio às praticas esportivas. Ademais, é necessário fazer uso da capacidade de disseminação informativa da mídia para incentivar a população a se envolver com os esportes com o fito de garantir a saúde e a inclusão geral.

                                                                   https://www.projetoredacao.com.br/
                                         Acesso em: 8 de junho de 2018, às 19h53

sábado, 26 de maio de 2018

ENEM 2018 / A Redução da Maioridade Penal



Mais uma lição de Pitágoras

Impunidade. Esse é o sentimento que leva grande parte dos brasileiros a defender a redução da maioridade penal para 16 anos. O estado de violência no qual estamos inseridos, somado à frequente associação de menores aos atos de violência expostos pela mídia, gera um desejo de vingança, que se consuma com a prisão desses transgressores das regras morais que regem a sociedade. Entretanto, estudiosos e entidades internacionais condenam essa proposta, alegando que não reduz a criminalidade. Devemos, então, analisar os dois extremos para resolver esse impasse e encontrar a melhor forma de mostrar que diminuir a maioridade não é o caminho mais interessante.

Em primeiro lugar, é importante considerar os principais pontos levantados por quem é favorável a esse projeto de lei. É relevante entender isso, pois grande parte da população tem se mostrado simpática à proposta. Esse grupo aponta que em vários países do mundo a idade para ser julgado como adulto é inferior à do Brasil. Além disso, destaca que, se um jovem de 16 anos é consciente para votar, também o é para responder criminalmente por seus atos, principalmente aqueles cometidos contra a vida. Os defensores da redução, porém, se esquecem de alguns dados importantes nessa discussão, levantados por quem é contrário ao projeto.

Quem discorda da ideia, então, rebate esses argumentos se baseando em estatísticas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e da Unesco, provando, respectivamente, que o sistema prisional é ineficiente – possui índice de reincidência de 70% – e não reduz a violência, pois nenhum país teve queda nas taxas de criminalidade depois de reduzir a maioridade. Além disso, ainda segundo o CNJ, menos de 10% das infrações cometidas por menores são atentados à vida – os mais apontados pelos defensores. Destaca-se, também, que o cidadão brasileiro é responsabilizado penalmente a partir dos 12 anos e que aos 16 o voto é facultativo, não sendo critério definidor de “consciência plena”. Apontam, ainda, a tendência de se elevar a maioridade em vários países no mundo, inclusive em alguns pontos dos EUA. Tais dados confirmam a necessidade de manutenção da atual lei e a inconsistência dos argumentos dos favoráveis à mudança.

Torna-se claro, portanto, que a redução não é a solução mais adequada e que, a fim de resolver os problemas e extinguir de vez essa possibilidade, algo precisa ser feito a curto prazo. Quanto à questão emergencial, é importante que as autoridades responsáveis façam valer as medidas presentes no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que preveem, inclusive, a privação de liberdade, mas visam à reeducação social desses infratores. A escola também tem papel fundamental na formação de cidadãos que respeitem os valores de sua sociedade. Por isso, o governo deve observar os ensinamentos de Pitágoras e “educar as crianças para que não precisemos punir os adultos”. Assim, poderemos vislumbrar um futuro mais esperançoso e seguro para todos.

Acesso em: 26 de maio de 2018, às 15h23.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

ENEM 2018 / A Legalização do Aborto no País


   
 A favor da vida

De um lado, representantes da ala conservadora da sociedade rechaçando um debate mais amplo sobre o tema; de outro, ativistas sociais defendendo uma discussão que envolva setores de todo o País. Ao que parece, a sociedade ainda não percebeu a importância de se colocar a legalização do aborto na pauta das discussões urgentes do Brasil.

É fundamental ressaltar, primeiro, que qualquer pessoa é a favor da vida. No entanto, números estatísticos registram que o aborto ocorre em grande escala no Brasil. Fechar os olhos a essa situação representa uma irresponsabilidade social.

Em se tratando do aborto clandestino, é importante ressaltar que ele atinge principalmente pessoas mais simples da sociedade.  Mulheres, inclusive menores de idade, são levadas a tomar essa atitude por não encontrarem alternativas. Ignorar esse fato representa, mais que negligência, um ato desumano.

Fora as autorizações previstas pela justiça, – gestação resultante de estupro, risco de morte à mulher e fetos anencéfalos – a legalização do aborto nos leva a outra questão:  esse ato representa uma negação do direito à vida.

Melhor fariam os representantes políticos do País, se assumissem a saúde como um dos setores essenciais de investimentos. Aparelhando os hospitais com psicólogos e médicos especialistas na área. Implantando a saúde comunitária nos bairros menos favorecidos. Ou seja, assegurando a saúde como um direito à sobrevivência da pessoa humana.

Paulo Jorge de Jesus. Jun/2015