Dissertar é desenvolver uma idéia, uma opinião, um conceito ou tese sobre um determinado assunto. Como outras formas de redação, a dissertação se apóia em alguns elementos:
* Introdução – apresenta-se ao leitor o assunto que será discutido. Aparece a idéia central do texto, já sugerindo “pistas” do desenvolvimento da idéia.
* Desenvolvimento – mergulha-se no assunto, expondo-se fatos e argumentos a favor da idéia central.
* Conclusão – encerra-se a redação, fechando a idéia, concluindo o ponto de vista exposto.
Observe a montagem de um texto dissertativo:
Tevê de criança
Especialistas e parte da sociedade têm discutido muito quanto à posição da televisão na vida das crianças. Teria, efetivamente, esse veículo uma forte e negativa influência na vida desses pequenos, e por isso, indefesos seres? Quais seriam, então, as causas mais graves que esse aparelho, destinado basicamente à diversão, estaria causando aos nossos filhos?
É preciso, inicialmente, considerar que grande parte das crianças permanece diante da televisão durante várias horas seguidas no dia. Isso significa que pode não estar havendo uma seleção adequada de uma programação que atenda aos interesses da criança. Conseqüentemente, ela fica sujeita a informações indiscriminadas e, muitas vezes, inadequadas. Aliás, programações estas que, freqüentemente, têm sido alvo de debates acalorados por parte da própria imprensa, haja vista o aparecimento de programas que, aproveitando-se da ignorância de seus telespectadores, coloca-os na tela em situações constrangedoras e, às vezes até, deprimentes.
Observa-se também que o telespectador assume diante da televisão uma atitude passiva, pois a tevê não possibilita qualquer interação entre emissor e receptor. Dessa forma, a criança recebe informações prontas, não favorecendo sua compreensão e um possível questionamento.
Portanto, diante dos argumentos apresentados por alguns críticos da televisão brasileira, a opinião segundo a qual a televisão é prejudicial à criança corresponde, efetivamente, à realidade.
@ O que você não deve fazer numa Dissertação:
__ Jamais use gírias em sua dissertação;
__ Esqueça os ditos populares;
__ Nunca se inclua em sua dissertação;
__ Não faça propaganda de doutrinas religiosas;
__ Os fatos devem estar em domínio público;
__ Evite abreviações;
__ A repetição de termos é erro grave;
__ Procure não inovar a Língua portuguesa;
__ É importante analisar o tema sob vários ângulos de visão.
Tema: A violência no trânsito
Argumentações: __ Motoristas alcoolizados. 3o.
__ Agressividade no volante. 1o.
__ A pressa ao volante. 2o.
Uma guerra não declarada
A população brasileira vem convivendo atualmente com uma situação somente comparável a uma enorme tragédia: a impressionante estatística de acidentes ocorridos no trânsito. Números recentes, informados pela mídia, nos dão conta que nunca se matou tanto no Brasil como nos tempos atuais. Faz-se necessário que a sociedade deste país tome uma séria e urgente providência com relação a este assunto.
Mal-humorados, às vezes até agressivos, certos motoristas não conseguem entender que, com essa atitude, põem em risco a vida de muitas pessoas. Engarrafamentos, estresse, pistas mal conservadas não podem servir de desculpa para esse tipo de comportamento ao volante. A pressa na direção é outro fator que contribui fortemente para o aparecimento de tragédias. Está comprovado que a alta velocidade provoca sérios danos às pessoas no trânsito, principalmente, a quem dela faz uso.
Alcoolizados, os motoristas contribuem enormemente para o aumento das estatísticas quando dirigem seus carros. Não conseguem imaginar, sequer, que podem cometer imprudências que geram graves acidentes, em muitos casos, provocando sua própria morte e/ou de outras pessoas, em decorrência do uso do álcool. Várias são as causas que podem provocar um acidente, mas nenhuma aparece atualmente de forma tão assustadora quanto à ingestão de bebidas alcoólicas.
Um país sério, uma sociedade responsável, órgãos de trânsito que se dizem competentes não podem conviver com essa situação. É imprescindível uma tomada de posição para que essa guerra não declarada chegue logo ao seu final.
Paulo Jorge de Jesus. Janeiro de 2007.