domingo, 18 de setembro de 2011

Sobre poder, riqueza e miséria
 
A riqueza de poucos, em face da pobreza de muitos, é uma violência e uma extrapolação de valores. Onde há riqueza exagerada, há pobreza exagerada, isto é, miséria. A irracionalidade da violência retrata um desespero decorrente da extralimitação das situações econômicas vigentes.  Onde uns têm riqueza e poder em excesso, surge fatalmente o instinto de hostilidade natural a essa extrapolação. E essa hostilidade, por sua vez, é medida segundo a intensidade dessa desproporção.

A miséria é uma causa substancial da violência, não porque os pobres sejam mais violentos do que os ricos, mas porque a pobreza em si é mais violenta do que a riqueza. A riqueza tende ao conforto, ao conservantismo, ao respeito às situações vigentes. Ao passo que a pobreza tende a reagir, a subverter, a combater a situação, procurando situações novas e por meios cada vez mais limitados. Por isso, onde não há convívio, não há sociedade digna de ser humanamente vivida. Ora, tanto a coexistência como a convivência são frutos da liberdade de coexistirem lado a lado, valores iguais, semelhantes ou opostos.

A violência também ocorre na política sempre que o poder se extralimita e tende, fatalmente, por uma lei de compensações naturais, a promover o aparecimento de forças irracionais. Por isso, a passagem da força à violência é uma conseqüência da perda da noção e da vigência do conceito de limite. A própria intensidade do progresso material do mundo moderno traz consigo esse incremento natural das forças que se tornam irracionais, exatamente na proporção do chamado progresso. Segundo publicação da Revista Veja, de 19/10/90, nos últimos 110 anos, poucas economias tiveram um desempenho tão bom quanto a brasileira. Contudo, acrescenta: "O Brasil, ao longo das últimas décadas, só tem conseguido crescer produzindo um número cada vez maior de miseráveis”.
   
Portanto, o problema da violência, como fruto da perda da noção do limite, só pode ser resolvido à medida que os donos do poder e da riqueza não se decidam a limitar-se no seu poder e na sua riqueza.


ANÁLISE DA ESTRUTURA TEXTUAL

Proposta: "A violência é resultado típico da extrapolação de valores".

Assunto: Violência.

Delimitação do assunto: Tema - Hostilidade decorrente da extralimitação de valores.

1) Introdução
    Sentença-tese ou Tópico-frasal da introdução:
    A riqueza de poucos, em face da pobreza de muitos, é uma violência e uma extrapolação de valores.

    Façamos uma pergunta à sentença-tese: Por quê?
    Onde há riqueza exagerada, há pobreza exagerada, isto é, miséria. A irracionalidade da violência retrata um desespero decorrente da extralimitação das situações econômicas vigentes.

    Isso resulta em quê?

    Onde uns têm riqueza e poder em excesso, surge fatalmente o instinto de hostilidade natural a essa extrapolação. E essa hostilidade, por sua vez, é medida segundo a intensidade dessa desproporção. 

2) Desenvolvimento

    Tópico frasal do 1º parágrafo de desenvolvimento
:

    A miséria é uma causa substancial da violência, não porque os pobres sejam mais violentos do que os ricos, mas, porque a pobreza em si é mais violenta do que a riqueza.

   Apresentação de contraste para sustentar a idéia-núcleo:

   A riqueza tende ao conforto, ao conservantismo, ao respeito às situações vigentes. Ao passo que a pobreza tende a reagir, a subverter, a combater a situação, procurando situações novas e por meios cada vez mais limitados.

   Fechamento do 1º parágrafo de desenvolvimento:

   Por isso, onde não há convívio, não há sociedade digna de ser humanamente vivida. Ora, tanto a coexistência como a convivência são frutos da liberdade de coexistirem lado a lado, valores iguais, semelhantes ou opostos.

   Tópico frasal do 2º parágrafo de desenvolvimento:

   A violência também ocorre na política sempre que o poder se extralimita e tende, fatalmente, por uma lei de compensações naturais, a promover o aparecimento de forças irracionais. 

   Conseqüência:
   Por isso, a passagem da força à violência é uma conseqüência da perda da noção e da vigência do conceito de limite. A própria intensidade do progresso material do mundo moderno traz consigo esse incremento natural das forças que se tornam irracionais, exatamente na proporção do chamado progresso.

   Ilustração do 2º parágrafo:

   Segundo publicação da Revista Veja, de 19/10/ 90, nos últimos 110 anos, poucas economias tiveram um desempenho tão bom quanto a brasileira. Contudo, acrescenta: "O Brasil, ao longo das últimas décadas, só tem conseguido crescer produzindo um número cada vez maior de miseráveis.

3) Conclusão

     Portanto, o problema da violência, como fruto da perda da noção do limite, só pode ser resolvido à medida que os donos do poder e da riqueza não se decidam a limitar-se no seu poder e na sua riqueza.


2 comentários:

  1. Yasmin Passos - 2EMI-01 professor: Raimundo
    Hoje em dia os jovens tão muito ligadas as redes sociais, normalmente els usam abreveatura pra digitar mais rapido .... muitos estão levando isso pra escrita , o que os jovens tem que saber separar as coisas .. caso contrário começar a digitar formalmente para não acontecer esses tipos de problema na escrita.

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  2. Professora Eloina
    Nos últimos tempos,as redes sociais tem dominado muito a vida dos jovens. Eles usam as redes sociais para se expressar,falarem o que sentem no dia-a-dia ou até mesmo para fazer algum tipo de denuncia. Agora os pai também tem que prestar atenção no que seus filhos fazem na internet assim como ela pode ser boa,pode ser má também.

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