Levante
a mão aquele que nunca se desesperou diante de uma página em branco! Seja uma
folha de papel ou a tela de um computador, este vazio diante de nossos olhos
possui um poder implacável.
Grandes
autores já registraram suas angústias e seus temores sobre este momento em que
tudo parece conspirar contra o escritor. Escritor, aqui, registre-se, no
sentido amplo da palavra. O filósofo alemão, Rob Riemen, em seu livro Nobreza de espírito, comenta que “… as horas tornavam-se longas
quando o papel ficava em branco”, para o grande Thomas Mann. Carlos Drummond de
Andrade
refletiu sobre a capacidade de a folha em branco deixar impotente o produtor
textual no ato inicial da escrita de um texto.
Seja
literária ou não literária, a construção textual é um caminho a ser projetado,
construído e revisto em cada etapa de sua criação. Fiquemos, neste momento, com
uma reflexão sobre o processo de construção do texto não literário, do gênero dissertativo-argumentativo, haja vista a sua importância em
vários contextos da sociedade contemporânea.
Diferentemente
da fala, na qual o usuário não se encontra restrito a um determinado espaço e dispõe
de recursos, por exemplo, de corrigir qualquer ato falho que venha a cometer no
processo comunicativo; na escrita, o produtor textual está subordinado a
convenções linguísticas e discursivas que ele deve seguir, a fim de conseguir o
seu objetivo.
Quem escreve deve ter na mente, com clareza, o que irá dizer, para quem dizer e como dizer. O que irá dizer refere-se ao tema a ser abordado, à tese defendida por seu autor e aos argumentos que serão utilizados, a fim de conseguir a adesão do interlocutor, por isso se deve produzir uma argumentação consistente e irrefutável.
É
preciso, também, que se tenha uma imagem do leitor, porque será este que irá
determinar a linguagem a ser utilizada pelo produtor textual. Em textos
dissertativo-argumentativos, o uso da variante padrão do português brasileiro é obrigatório.
Como
dizer talvez venha a ser a maior dificuldade encontrada por quem escreve. Para
se diminuir a tensão deste momento, o escritor deve atentar aos seguintes
aspectos: primeiro efetuar uma leitura atenta dos textos motivadores – se
houver, é claro! – que algumas instituições colocam em provas para mobilizar e
ampliar o conhecimento do candidato a respeito do assunto. Em seguida, ler o
tema proposto, buscar as palavras-chave do enunciado e, em seguida, verificar
as informações e conhecimentos disponíveis em sua bagagem cultural e que sejam
significativos para o interlocutor.
Agora
o caminho se encontra pavimentado, e o produtor em condições para começar a
escrever o seu texto. E como dissemos que todo texto é um processo de
construção, o produtor deverá fazer uma revisão textual, antes de considerá-lo
pronto.
Boa
caminhada!
Como é complicado aos professores entender que ao solicitar aos alunos que escrevam um texto estão propondo um projeto que deverá ser construido passo a passo... e isso não é rápido nem fácil. Avaliar requer ainda mais cuidado e "cuidar" significa olhar com competência e bondade.
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