De
maneira ampla, leitura é um ato social praticado pelo indivíduo de interpretar
a si próprio e o mundo, dentro de um contexto histórico, a partir de um ponto
de vista. Condição essa essencial ao homem, pois suas leituras determinam a sua
condição de “ser” e “estar” no mundo e que nos chegam assim que chegamos ao
mundo.
Na
postagem desta semana, coloque em prova, Caro (a) Leitor (a), a sua competência
leitora, ao tentar descobrir qual fato inusitado, raríssimo na Língua
Portuguesa, ocorreu nesta produção textual.
A
resposta se encontra no final do texto.
Sem
"pesca", hein?!
Como é que é?!*
Sem
nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e
fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente
de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido
completo, como se isto fosse mero ovo de Colombo.
Desde que
se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo
exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo
instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que
nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.
Trechos
difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo,
esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com
tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem
o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu
exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o
"P", "R" ou "F", ou o que quiser escolher.
Podemos, em estilo corrente, repetir sempre um som ou mesmo escrever sem
verbos.
Com o
concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um
discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.
Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se
prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem
impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente
esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo
substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos
nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte,
messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de
imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos
o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o
digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de
sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos
novos.
(Texto de livre circulação e sem autoria.)
* Título criado pelo blogueiro.
Resp.: O texto não possui a letra "a".
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