segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Os quatro poderes do Brasil

Sexta-feira, o Brasil festejou 190 anos de independência bizarra, proclamada por um português para separar-se de Portugal. Vocês conseguem acreditar nela? Nem eu. Nem na República de 1889 que implantou os Três Poderes. O Estado, hoje dividido entre quatro partidos, repartido entre outros 26, fiscalizado por um Judiciário apequenado pela ditadura, com Legislativos idiotas e um Mercado viciado em verbas públicas, sobrevive dos 193 milhões de Humanos que pagam impostos miraculosos com retornos insignificantes. A corrupção e a incompetência usam e abusam dessa grana.

É sabido que desde 1822 o Brasil não é mais colônia portuguesa, nem é, todo ele, colônia. Mas os seus cidadãos vivem em estado colonial. Se não souberem, descubram via web os significados das expressões derrama e quinto dos infernos e, em seguida, substituam Portugal, que arrancava tudo que o Brasil produzia, sem retorno, para repassar à Inglaterra, pelos três poderes concentrados em Brasília, e vocês terão o sistema colonial contemporâneo.

Os três Poderes e o quarto Poder, há muito tempo o Mercado, e não mais a Imprensa, estão no sistema imperial. Controlam a sociedade brasileira, a colônia, e seu patrimônio, administram montanhas de impostos recolhidos, e têm o domínio efetivo sobre tudo isso imperialmente. Legislam sobre os seus próprios direitos e sobre os deveres da Sociedade saqueada.

Membros do Poder Judiciário, que deveriam respeitar a Constituição, ferem seus artigos e recebem dez vezes o salário da presidente, atualmente refém de alianças espúrias e de um Poder legislativo comandado pelo mais asqueroso representante do Império, José Sarney, há 50 anos extraindo os ossos do Maranhão, e lhe impondo os piores índices de qualidade humana do país.
O Mercado, o quarto Poder, não se envolve muito com os sistemas. Preserva o lucro. Elege. Mas não é esperto o suficiente, ainda, para perceber que quanto mais educada uma Sociedade, melhor ela consome.

E a República? Bem, ela resiste pequena, em alguns lugares, tentando ampliar o pequeno círculo de respeito à vida pública brasileira.
Aninha Franco. Revista Muito, A Tarde, 9 de setembro de 2012.

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