ENEM 2012 / 1
Redação
1) O que fazer:
Adequação ao tema: É essencial escrever o tipo de texto pedido (em geral dissertativo) e adequar a argumentação ao tema proposto. Sem isso, a redação nem é lida.
Repertório linguístico: Palavras bem usadas valorizam a ideia proposta na redação. Quem tem vocabulário rico tem mais chances de expressar-se melhor.
Estrutura e ligação: Boa organização das ideias, coesão e coerência no texto são fundamentais.
Respeito à língua: A atenção à gramática da norma culta é importante, mas os argumentos pesam mais. Se o conteúdo for muito bom, vai prevalecer sobre a forma, mas tem um peso, sim.
Repertório cultural: É importante que o candidato saia da previsibilidade, e para isso precisa de um repertório cultural que reflita sua experiência como leitor. A redação é o momento de o estudante apresentar sua bagagem interdisciplinar, além de se demonstrar bem informado.
O candidato pode pensar no tema proposto sob diversos prismas: "Esse assunto já foi abordado no cinema? A História pode me ajudar? O que sei sobre esse assunto?".
Para aumentar seu repertório, o aluno deve ler artigos de opinião e editoriais de meios de comunicação. Quem não está antenado à realidade não tem como discorrer sobre um tema se não tiver informações sobre ele.
Intertextualidade e boa argumentação: A intertextualidade, aliada a bons argumentos, enriquece a redação.
Leitura da proposta: Há candidatos com dificuldade para ler a proposta. Leem apressadamente as instruções ou deixam para ler no final, em cima da hora. Isso pode levar o aluno a incorrer em erros básicos que podem tornar a uma nota ruim ou mesmo à anulação da redação.
Citar fontes: O estudante deve citar algo apenas quando tiver certeza da fonte, e também não usar ideias dos outros como próprias. Se usar citações corretamente, ganha pontos, pois demonstra conhecimento de mundo.
2) O que não fazer:
Fugir do tema: Se há proibição no Enem é fugir à proposta, até porque cobra-se a interpretação da proposta nas instruções na redação.
Tentar escrever difícil: Escrever bem não é escrever bonito. Às vezes o vocabulário rebuscado e o excesso de palavras difíceis podem prejudicar o texto, porque demonstram impropriedade vocabular.
Senso comum: Se o candidato reproduz o senso comum, com frases feitas, de efeito ou expressões surradas, comunica à banca que também é comum: "Se cada um fizer sua parte, o mundo será melhor"; "É preciso que as pessoas se conscientizem". Depõe contra a redação e irrita o corretor.
Desvios da norma culta: Ainda que não sejam o único critério de avaliação, depõem contra a redação se forem muito grosseiros. Usar linguagem chula é descabido.
Posições individuais: Fazer referências demasiadas à própria experiência e opinião não é visto com bons olhos, afinal trata-se de uma dissertação, e não uma narrativa. Usar como argumentos experiências pessoais, tentar participar do texto e se dirigir ao leitor mostra despreparo do candidato. Os "achismos" são proibidos. Não se deve lançar mão de certas expressões como "eu acho" ou dar exemplo em que o próprio, sua casa ou sua comunidade, estão envolvidos. Os argumentos e exemplos devem fazer referência a todos, para denotar que o estudante está preocupado com questões gerais, globais e que afetam o coletivo, e não só com o que o atinge diretamente.
Opiniões polêmicas: Não se deve opinar contra os direitos humanos. Defender a pena de morte ou ser racista, por exemplo, é considerado erro grave. Candidatos se questionam se é preciso estar de acordo com o governo. Não é a questão. Corretores querem antes que candidato seja coerente com realidade solidária, com princípios humanos de convivência. Se é preciso evitar a proposição de medidas e comportamentos radicais, é vital que se posicionem com fundamentos.
Usar citações e referências de forma errada: Muitos candidatos acreditam que o simples fato de fazer uma referência ou citação a um pensador contará pontos a seu favor, quando é o contrário (caso a citação seja feita só para impressionar, sem conexão direta com o argumento).
Acesso em: 5 de setembro de 2012.
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